Colégio avisou sobre instalação em comunicado enviado em um grupo de mensagens. Segundo a diretoria, objetivo é coibição de brigas, do uso de cigarros eletrônicos e do vandalismo. Colégio instala câmeras em banheiro
Câmeras de monitoramento instaladas nos banheiros usados por estudantes no Colégio Estadual Lindaura Ribeiro Lucas, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, geraram polêmica na comunidade escolar.
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As câmeras foram instaladas na área interna dos banheiros femininos e masculinos. Os equipamentos ficam na área comum do banheiro e não dentro das cabines.
O colégio avisou sobre a instalação das câmeras por meio de um comunicado enviado em um grupo de mensagens. Segundo a diretoria, o objetivo é a coibição de brigas, do uso de cigarros eletrônicos e do vandalismo.
Cerca de dois mil alunos estudam no colégio, divididos em turmas que vão do sexto ano do ensino fundamental, até o terceiro ano do ensino médio. A instituição também oferece Educação de Jovens e Adultos (EJA) no turno da noite.
Polêmica
Escola estadual instala câmeras nos banheiros usados por estudantes
Reprodução
Responsáveis de alunos e os próprios estudantes criticaram a instalação dos equipamentos alegando invasão à privacidade.
A assistente social Luciane Trindade, mãe de um estudante da escola, afirma que câmeras não são alternativas efetivas para reduzir a violência no local.
"Primeiro eu duvidei, não acreditei que fosse real essa informação. Depois bate a revolta, bate o medo, a insegurança de quem vai ter acesso a essas imagens. Uma imagem vazada pode gerar um dano irreversível para uma criança. Realmente existem situações que acontecem dentro do banheiro, violência… Mas existem outras formas de coibir essas ações, não é instalando uma câmera lá dentro", defende.
O monitoramento em espaços como banheiros viola o direito à intimidade, garantido pela constituição, conforme a advogada Ana Lucia Munhoz De Oliveira, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Paraná (OAB-PR).
"O responsável legal e a escola têm o dever legal de proteger a criança, mas não de violar o direito dela. Ela é um sujeito a parte desses responsáveis legais. A criança não é um direito dos pais, ela tem o direito dela", detalha.
Outra mãe, que prefere não ser identificada, diz ser a favor da instalação de câmeras, desde que elas respeitem a privacidade dos alunos. Há cerca de três meses, o filho dela foi agredido com uma garrafa de alumínio dentro de sala de aula.
"Certo não é, porque dentro, acho que perde a privacidade das crianças e dos adolescentes. Em outra parte, eu entendo a escola, porque está tendo muito adolescente que não vem para estudar, vem para vandalizar a escola", afirma.
Instalação das câmeras foi avisada por meio de comunicado em grupo de conversas
Reprodução/RPC
Câmeras serão retiradas, diz secretaria
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) afirmou, por meio de nota, que solicitou a remoção dos equipamentos. A previsão é de que isso aconteça nos próximos dias.
Conforme a Seed, as câmeras estavam inativas.
A secretaria informou ainda que a direção da escola fará reuniões com o conselho escolar e com a comunidade para analisar a necessidade das câmeras. Se a ideia for aprovada, será emitido um ofício para registrar e solicitar as autorizações.
Neste caso, conforme a Seed, as câmeras serão instaladas nas entradas dos banheiros, nas áreas externas.
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