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Coloração do córrego de Jundiaí melhora 9 dias após vazamento de corante que tingiu água e animais de azul


Cetesb informou que não há mais presença do produto químico no rio Jundiaí, que também havia sido atingido pela mancha de corante. Coloração de córrego atingido por vazamento de corante em Jundiaí (SP) volta ao normal nove dias após acidente

Prefeitura de Jundiaí/Divulgação

A coloração do Córrego das Tulipas, em Jundiaí (SP), está voltando ao normal nove dias após o local ser atingido por corante durante um acidente com uma carreta que transportava o produto químico. O desastre ambiental deixou a água, peixes e outros animais, como patos e capivaras, azuis.

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Conforme a Defesa Civil de Jundiaí, equipes estiveram no Parque Botânico, no Jardim Tulipas, nesta quarta-feira (21) e constataram melhora na cor do lago. Caminhões-pipa foram usados para despejar água de reuso no local de vazamento para diluir a concentração de corante.

Equipes da Defesa Civil de Jundiaí (SP) estiveram no Parque Botânico nesta quarta-feira (21) para analisar a situação do córrego

Prefeitura de Jundiaí/Divulgação

A mancha de corante avançou e também atingiu um trecho do rio Jundiaí, que fica a aproximadamente quatro quilômetros do local do acidente. De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), foi constatado nesta quarta-feira (21) que não há mais presença de corante no leito do rio Jundiaí.

A Cetesb informou ainda que elabora um relatório que apontará o volume de peixes mortos e outras consequências que o produto químico causou à flora e fauna. O relatório também definirá penalidades cabíveis a serem aplicadas na empresa responsável pelo transporte do corante.

Em nota enviada no dia 15 de maio pela Farkon Indústria e Comércio Químico, responsável pela produção do corante, informou que a empresa possui todos os documentos, sistemas e procedimentos adequados para realizar as atividades e que acompanha o processo de limpeza do córrego. A empresa informou ainda que foi o primeiro acidente desta natureza em 36 anos de atuação.

Imagens de drone mostram córrego azul após carreta bater em poste e derramar corante

Acidente

Segundo apurado pela TV TEM, o motorista estava fora do veículo no momento em que o caminhão se deslocou sozinho e colidiu com o poste. Aproximadamente 2 mil litros de corante, que era transportado pelo caminhão, vazou e atingiu ruas e também o córrego. O corante é utilizado para tingir embalagens, como caixas de ovos, e possui um odor bastante forte.

O Ministério Público abriu um inquérito para apurar e acompanhar o caso da contaminação do lago. Além disso, a ocorrência foi registrada no 1º Distrito Policial de Jundiaí como "causar poluição de qualquer natureza". Uma perícia deve ser feita no local, mas ainda sem data definida.

Segundo a prefeitura, a empresa responsável por transportar a carga poderá ser responsabilizada após os órgãos contabilizarem os danos causados à fauna e à flora.

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Animais socorridos

A Associação Mata Ciliar, entidade que desenvolve diversas ações para a conservação da biodiversidade e que tem parceria com diversas prefeituras da região, resgatou gansos e patos que ficaram azuis após o derramamento de corante. Após sequência de banhos, parte do corante foi removida da plumagem.

À TV TEM, a médica veterinária da Mata Ciliar Yasmin Canja disse que, agora, a equipe trabalha para dar banho em todos os animais apenas com água quente ou morna para retirar o corante. Segundo ela, os bichos estão bem, mas serão monitorados.

"Eles estão ativos e se alimentando. A nossa única preocupação é a respeito da substância, porque ainda não sabemos qual a composição dela. A primeira coisa que fizemos foi administrar o carvão ativado, que é uma substância porosa e ajuda a diminuir a toxicidade do produto. O segundo passo é realizar os banhos, já que o corante não sai tão fácil. É preciso retirar porque os patos e gansos limpam as penas com frequência e, neste processo, podem ingerir novamente o produto", explica.

De acordo com o presidente da Mata Ciliar, Jorge Bellix de Campos, as aves que estão abrigadas na sede da entidade estão passando por processo de desitoxicação.

Patos, gansos e capivaras azuis: entenda acidente com corante em SP

Reprodução

Capivaras azuis são flagradas às margens de córrego em Jundiaí (SP) onde corante foi despejado

Régis Rosa/TV TEM

Em nota, a prefeitura informou que equipes da Defesa Civil, do Departamento de Parques, Jardins e Praças da Unidade de Gestão de Infraestrutura e Serviços Públicos (UGISP), da DAE Jundiaí, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), da ONG Mata Ciliar e do Instituto GRADE seguem com ações de limpeza e monitoramento no Parque Botânico Tulipas nesta segunda-feira (19).

Entre os trabalhos que estão sendo realizados está a diluição do corante, o monitoramento da qualidade da água, remoção dos peixes mortos e a tentativa de resgate das capivaras com a montagem de ceva e armadilhas, para que elas passem por acompanhamento veterinário.

"A Prefeitura de Jundiaí tem acompanhado de forma contínua o caso, com o encaminhamento imediato de equipes técnicas aos pontos afetados. A força-tarefa atua diariamente no monitoramento da água — incluindo parâmetros como o pH — e na avaliação dos danos ambientais. Todos os diagnósticos e laudos estão sendo devidamente catalogados com o objetivo de mensurar o impacto ambiental e embasar as medidas administrativas e legais cabíveis. As ações são acompanhadas de perto pelo Ministério Público, que tem sido constantemente informado sobre o andamento do caso" também diz o documento.

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