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Coreia do Norte 'esconde' com lonas navio de guerra acidentado e quer prender responsáveis por erro


Governo afirma que danos são leves e promete reparos em dez dias. Kim Jong-un ficou extremamente irritado com a falha e prometeu responsabilizar envolvidos. Imagens de satélite mostram navio da Coreia do Norte coberto por lonas azuis

Airbus DS via AP

A Coreia do Norte está tentando esconder com lonas um navio de guerra que sofreu um acidente durante o lançamento. Imagens de satélite divulgadas nesta sexta-feira (23) mostram a embarcação tombada e coberta com mantos azuis.

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O regime de Kim Jong-un também quer prender os responsáveis pelo fracasso no lançamento do navio. O líder supremo do país estava acompanhando a cerimônia de inauguração da embarcação e ficou extremamente irritado com o incidente.

Segundo o principal comitê militar da Coreia do Norte, os culpados serão responsabilizados pelo “ato criminoso imperdoável”.

A imprensa estatal norte-coreana afirmou que os danos ao destróier de 5 mil toneladas “não são graves” e voltou atrás em uma avaliação anterior que falava em buracos na parte inferior do casco.

Segundo a Coreia do Norte, o casco foi arranhado, e parte da água do mar entrou na popa. O plano é bombear a água, endireitar o navio e reparar os arranhões em dez dias.

Para o especialista Lee Illwoo, da Rede de Defesa da Coreia do Sul, os danos são mais graves. Ele acredita que houve alagamento da casa de máquinas na popa e buracos no casco.

Ainda segundo Lee, o navio pode até ser colocado de pé e pintado para parecer reparado, mas consertos reais devem levar mais de um ano, especialmente se for preciso trocar o motor.

Reação de Kim Jong-un

Navio de guerra da Coreia do Norte sofre acidente durante lançamento

O navio acidentado é da mesma classe do primeiro destróier norte-coreano, lançado no mês passado com grande propaganda estatal. Segundo Kim, a embarcação marca um avanço na modernização da frota para enfrentar "ameaças lideradas pelos EUA".

A falha no segundo lançamento é um revés. Ainda assim, ao tornar o incidente público, Kim tenta demonstrar empenho em ampliar a força naval e impor disciplina interna. Ele ordenou que o navio seja consertado até a reunião do Partido dos Trabalhadores no fim de junho.

Segundo a imprensa estatal, o líder supremo classificou o incidente como uma "negligência" que "não pode ser tolerada". A agência afirmou que o acidente abalou "a dignidade e o orgulho do país" por um instante. Não há informações sobre feridos.

"Kim Jong-un fez uma avaliação severa, afirmando que se tratava de um acidente grave e de um ato criminoso, causado por negligência absoluta, irresponsabilidade e empirismo anticientífico, algo fora dos limites do aceitável", disse a estatal.

A agência KCNA informou nesta sexta-feira que promotores e especialistas iniciaram uma investigação para prender os responsáveis. O gerente do estaleiro de Chongjin, Hong Kil Ho, já foi convocado para prestar depoimento.

“Não importa quão bom seja o estado do navio de guerra, o fato é que o acidente é um ato criminoso imperdoável, e os responsáveis por ele jamais poderão escapar da responsabilidade pelo crime”, disse a Comissão Militar Central, segundo a KCNA.

Kim Dong-yub, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos, acredita que o regime usa o caso para reforçar o controle do partido sobre as áreas científica e tecnológica.

Já Lee Choon Geun, pesquisador do Instituto de Políticas de Ciência e Tecnologia da Coreia do Sul, alerta que se os cientistas forem punidos severamente, o futuro da ciência militar norte-coreana estará em risco. Segundo ele, isso mostraria que a responsabilidade política se sobrepõe à técnica.

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