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CPI do transporte coletivo: especialistas pontuam problemas estruturais em vias de Campo Grande


Foram apontados como problemas para a mobilidade urbana na capital a falta de ar-condicionado, a ausência de faixas exclusivas e a má qualidade do asfalto. Especialistas foram ouvidos em oitiva na CPI do Transporte Coletivo.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga possíveis irregularidades no transporte coletivo de Campo Grande (MS), operado pelo Consórcio Guaicurus, ouviu nesta quarta-feira (2), em sua 15ª reunião, especialistas nas áreas de transporte, planejamento e mobilidade urbana.

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Participaram da audiência o engenheiro mecânico Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes, formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e a professora, arquiteta e urbanista Maria Lúcia Torrecilha.

Ambos foram convidados a expor os principais gargalos do sistema e apresentar sugestões para superá-los.

Durante sua fala, Jurandir destacou que a crise no transporte público é um problema recorrente em diversas capitais brasileiras, mas reforçou a necessidade de buscar soluções sustentáveis.

Questionado pelos vereadores sobre a viabilidade de instalar ar-condicionado nos ônibus da capital, afirmou que esse recurso deixou de ser um luxo para se tornar essencial.

"O ar-condicionado, quando foi introduzido em países quentes aumentou a eficiencia do trabalho, aumentou a criatividade e a disposição para o trabalho também. [...] Tudo tem os seus custos, mas tem que ser dimensionado. [...] Dá para fazer as coisas com critério e o empresário e a população vão sair ganhando", afirmou.

O engenheiro também ressaltou a importância de investir em infraestrutura para garantir mais qualidade e agilidade ao transporte coletivo. Em Campo Grande, a velocidade média dos ônibus é de 17 km/h, quando o ideal, segundo ele, seria de pelo menos 25 km/h.

Para atingir esse desempenho, ele defende a implantação de faixas exclusivas para ônibus.

"Se não dá para fazer o sistema todo fechado, que faça pelo menos canaletas, faixas exclusivas ou até ruas exclusivas. É imprescindível. Se você faz um trajeto que leva 60 minutos, se você conseguir passar para 50 minutos, você dá a mesma oferta com o carro a menos."

Na sequência, a arquiteta Maria Lúcia Torrecilha focou sua análise na mobilidade urbana e defendeu a criação de um plano de transporte integrado para reestruturar o sistema viário de Campo Grande. Ela pontuou a baixa qualidade do asfalto e a falta de atenção à infraestrutura básica.

"São problemas de drenagem da cidade que não são resolvidos. Em época de chuva muitos buracos são tampados. O sistema viário, que é o sistema que abrange calçadas e o leito trafegável, não prioriza as calçadas e há uma prioridade também para o transporte individual. Os ônibus tem que transitar por vias cujos tamanhos muitas vezes não são ideais para essa função que ele tem".

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Reta final

A CPI agendou as três últimas audiências para a próxima semana. Representantes da Prefeitura de Campo Grande serão ouvidos:

Catiana Sabadin, da Secretaria de Planejamento e Parcerias Estratégicas;

Andréa Torres, diretora-adjunta da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran);

Ednei Miglioli, atual secretário de Infraestrutura.

15ª reunião da CPI do Transporte Coletivo aconteceu nesta quarta-feira (2).

David Melo/TV Morena

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