Conhecido pelo jeito malandro e irreverente, Zé Pelintra tem características bem cariocas. Dia de Zé Pelintra: fiéis falam sobre devoção e fé à entidade da malandragem
Fiéis que passaram pelo altar de Zé Pelintra na Lapa, região central do Rio, nesta segunda-feira (7) falaram sobre a fé que têm no malandro. A data 7 de julho celebra e destaca a importância da entidade, que é chefe da falange dos malandros e representa muito da boêmia carioca.
Zé já possui um altar firmado na Lapa há anos, e que é patrimônio cultural da cidade. Conhecido pelo jeito malandro e irreverente, Zé Pelintra tem características bem cariocas.
Apesar de não ser um santo na tradição católica, Zé Pelintra é uma figura central em terreiros de umbanda e nos catimbós do Nordeste. O que o torna especial, segundo devotos, é sua humanidade: canta, dança, se diverte.
A fisioterapeuta Elaina Costa contou que a devoção na família começou com a mãe dela.
"Desde pequena acompanho minha mãe, que sofria muito e um dia encontrou Seu Zé num ônibus. Ele a ajudou numa situação difícil e, quando ela foi agradecer, ele já não estava mais lá. Desde então, ela virou devota e nos trouxe com ela. Ele é milagroso. Temos histórias", conta.
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De acordo com a tradição, Zé Pelintra veio do Nordeste trazendo mandingas e sabedoria popular. No Rio, teria se estabelecido na Lapa, onde virou símbolo da malandragem e da resistência popular.
Num santuário dedicado a ele, uma placa indica: “Quem procura este lugar vem em busca de inspiração, proteção...”.
A técnica de enfermagem Nijia Queiroz conta que voltou para agradecer a cura de um câncer.
"Pra mim, Seu Zé significa saúde. Um ano atrás, eu estava aqui, nesse mesmo horário, com câncer na tireoide. Acendi uma vela e pedi pra ser curada. Prometi que, se isso acontecesse, hoje eu voltaria com cerveja e farofa pra dividir com todos aqui", conta ela.
A data é de grande importância para o combate à intolerância religiosa no Rio e a celebração da diversidade presente na cidade. No local, muitas oferendas foram levadas com muita fé.