Técnica de datilografia 'abria portas' no mercado de trabalho e foi ofício durante décadas; profissão sofreu declínio com avanço da tecnologia. Imagem ilustrativa de datilógrafo usando máquina de escrever.
canva/reprodução
Você já ouviu falar de datilografia? Dependendo da sua geração, a resposta pode ser sim ou não.
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Nos anos 1970 até 1990, a técnica "abria portas" no mercado de trabalho e foi o ofício dos chamados datilógrafos. Segundo Erlando da Silva Rêses, professor da Universidade de Brasília (UnB), a profissão acabou sofrendo um declínio com o avanço da tecnologia, e as máquinas de escrever foram trocadas pelos computadores.
No Dia do Datilógrafo, celebrado neste sábado (24), conheça curiosidades sobre a profissão que "deixou de existir".
O que é datilografia?
Concurso para datilógrafo no Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), Rio de Janeiro, em junho de 1941.
Arquivo Nacional/Fundo Agência Nacional.
A técnica de datilografia trata de transcrever textos em máquinas de escrever. Entre as habilidades necessárias estão a digitação rápida e precisa, organização e atenção aos detalhes.
Os datilógrafos faziam cursos de especialização e testes rigorosos, que avaliavam, por exemplo, quantos toques fazem por minuto na máquina de escrever.
"Vários cursos como contabilidade, administração e secretariado davam muita ênfase à profissão de datilógrafo ou uso da datilografia", diz Erlando da Silva Rêses.
Como era ser datilógrafo
Morador de Brasília, Getúlio Cruz, de 65 anos.
arquivo pessoal
Morador de Brasília, Getúlio Cruz, de 65 anos, aprendeu datilografia em 1975, quando a técnica era uma exigência para auxiliares de escritórios.
"Ser um bom auxiliar de escritório, era a oportunidade para crescer dentro de uma empresa e evoluir para gerenciar uma carteira mais elevada dentro da instituição", conta Getúlio.
Segundo ele, ser datilógrafo exigia atenção, concentração e rapidez. "Algumas empresas exigiam 150 toques por minuto", lembra.
Getúlio diz que na década de 1990 começaram a surgir os computadores, e quem já dominava datilografia tinha base para conseguir uma boa colocação. Mas, os cursos para aprender datilografia foram substituídos pelos de informática.
"O computador assumiu a posição majoritária, o datilógrafo virou figura extinta", diz Getúlio.
Profissão que deixou de existir
Imagem de pessoas fazendo o curso de datilografia com olhos vendados.
reprodução
O professor Erlando da Silva Rêses, fez o curso de datilografia aos 15 anos, em 1986. Ele explica que quando as máquinas de escrever foram substituídas pelos teclados do computador, o mercado de trabalho passou a exigir a técnica de digitação.
Erlando diz que os datilógrafos tiveram facilidade com a mudança, porque já possuíam habilidades.
"Era muito comum a gente fazer, por exemplo, teste de velocidade. Quanto mais rápido fosse na datilografia, melhor seria esse profissional para o mercado de trabalho", diz o professor.
Profissões do passado... e do futuro!
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