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Empresas argentinas perdem valor com derrota da coalizão de Milei nas eleições legislativas de Buenos Aires


Empresas argentinas perdem valor com derrota de Milei na província de Buenos Aires

As ações das empresas argentinas caíram nesta segunda-feira (8) 13% em razão da derrota da coalizão do presidente Javier Milei nas eleições da principal província do país.

O presidente Javier Milei convocou duas reuniões ministeriais para discutir mudanças no governo, após a derrota nas eleições legislativas na província de Buenos Aires. No domingo (7) mesmo, após reconhecer a vitória da oposição, Milei prometeu que trabalharia para corrigir os erros, mas que vai manter a agenda econômica liberal.

A coalizão peronista Fuerza Pátria, de centro-esquerda, obteve 47% dos votos. O partido ultraliberal de direita, La Libertad Avanza, de Milei, ficou com 33%. Os jornais argentinos estamparam o resultado. A província de Buenos Aires concentra quase 40% do eleitorado argentino e responde por quase metade da economia do país.

Desde que assumiu o governo, Milei adotou medidas para diminuir o déficit fiscal e domar um grande fantasma: a inflação. Milei diminuiu o número de ministérios, deixou de usar o Banco Central para financiar gastos públicos e promoveu um forte ajuste fiscal. As medidas derrubaram a inflação: até agosto de 2025, o índice acumulado está em 17,3%. Enquanto que em 2023 fechou em 211%.

Por outro lado, cortou subsídios de água, luz, transportes e de medicamentos e vetou o reajuste real de aposentadorias e pensões. O que gerou protestos por parte da população.

O PIB caiu 1,7% no primeiro ano de governo. O FMI e o Banco Mundial preveem um crescimento de ao menos 4% neste ano. Mesmo assim, a economia enfrenta desafios: mais de 15 mil empresas fecharam desde que Milei tomou posse. E a taxa de desemprego é a mais alta desde 2021.

Nesta segunda-feira (9), após confirmação da derrota de Javier Milei nas eleições legislativas de domingo (7), as ações das empresas argentinas em Nova York despencaram e o peso argentino sofreu uma forte desvalorização.

Este é o momento de maior crise política do governo de Javier Milei. A irmã dele, Karina Milei, que também é secretária da Presidência, está envolvida em um escândalo de corrupção. O Ministério Público investiga Karina Milei pela suspeita de cobrar propina de laboratórios que vendem remédios para o governo.

Em outubro, o governo enfrentará novas eleições. Em disputa: metade das cadeiras da Câmara de Deputados e um terço das do Senado.

Empresas argentinas perdem valor com derrota da coalizão de Milei nas eleições legislativas de Buenos Aires

Reprodução/TV Globo

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