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Greve de controladores na França cancela centenas de voos e afeta viagens no início do verão europeu


Paralisação ocorre em meio a críticas de sindicatos do setor aéreo francês, citando falta de pessoal e tecnologia defasada. Aviões no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, nesta quinta-feira (3)

Thibaud MORITZ / AFP

Os controladores de tráfego aéreo franceses começaram uma greve de dois dias nesta quinta-feira (3) para protestar contra a falta de trabalhadores e a defasagem dos equipamentos, levando a centenas de cancelamentos de voos no início da temporada de verão europeu.

A DGAC, agência de aviação civil da França, disse às companhias aéreas para revisarem seus horários, inclusive no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris -- um dos centros de conexões mais movimentados da Europa --, forçando as companhias aéreas a cancelarem voos.

A Air France, maior companhia aérea da França, disse que havia adaptado sua programação de voos, sem fornecer mais detalhes, mas que estava mantendo sua programação completa de voos de longa distância. A British Airways disse que estava usando aeronaves maiores para reduzir os transtornos.

A Ryanair disse que foi forçada a cancelar 170 voos, afetando mais de 30 mil passageiros na quinta e sexta-feira. A Easyjet disse que cancelaria 274 voos na quinta e sexta-feira.

A Lufthansa também reduziu sua programação para os dois dias, afetando alguns voos com decolagem ou pouso nos aeroportos de Nice, Paris, Marselha, Lyon e Montpellier.

A greve coincidiu com o início das férias de verão na Europa, um dos períodos de viagem mais movimentados do ano.

O segundo maior sindicato de controladores de tráfego aéreo da França, UNSA-ICNA, disse que seus membros estão em greve devido à persistente falta de pessoal, equipamentos ultrapassados e uma cultura de gestão tóxica.

Outro sindicato, o USAC-CGT, disse que a DGAC não conseguiu compreender a frustração sentida pelos controladores.

"A DGAC não está conseguindo modernizar as ferramentas essenciais para os controladores de tráfego aéreo, apesar de continuar prometendo que todos os recursos necessários estão sendo disponibilizados", disse a UNSA-ICNA em um comunicado.

"Os sistemas estão nas últimas, e a agência (de controle de tráfego aéreo) está constantemente pedindo mais de seu pessoal para compensar suas dificuldades", acrescentou.

A DGAC não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre as preocupações dos sindicatos.

Suas reclamações ecoam as queixas expressas pelos controladores de tráfego aéreo nos Estados Unidos em relação à infraestrutura ultrapassada, à dramática falta de pessoal e à tecnologia deficiente.

O ministro dos Transportes da França, Philippe Tabarot, considerou inaceitáveis as exigências dos sindicatos.

A DGAC solicitou às companhias aéreas que cortassem um em cada quatro voos que chegassem e saíssem dos aeroportos de Paris e quase metade dos voos que saíssem da capital na sexta-feira.

Em outros lugares, as companhias aéreas foram solicitadas a reduzir os voos em 30% a 50%, com o sul do país sendo particularmente atingido.

"Apesar dessas medidas preventivas, são esperados distúrbios e atrasos significativos em todos os aeroportos franceses", disse a agência, pedindo aos passageiros que mudem seus voos, se possível.

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