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IOF: 63% dos votos de partidos com ministérios foram contra o governo; partido de Alckmin deu 9 votos para derrubar decreto de Lula


Proposta suspende os efeitos de normas editadas pelo Planalto em maio e junho. Foram 383 votos a favor de derrubar o aumento e 98 contra. Partidos que têm ministérios no governo Lula (PT) deram 242 dos 383 votos a favor de derrubar dois decretos que aumentam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A votação indica que a base do governo na Câmara dos Deputados derreteu. Dos votos dessas siglas, 63,2% – ou cerca de 2 em cada 3 – foram contra o governo.

Na votação total nesta quarta-feira (25), foram 383 votos a favor da derrubada e 98 contrários.

Dos 11 partidos com ministérios, apenas PSOL, PCdoB e Rede deram votos favoráveis à manutenção dos decretos que aumentam o o IOF.

‼️No PT, apenas o deputado Rui Falcão (SP) votou pela derrubada do aumento. Ele afirmou que votou errado e pediu para que o voto fosse corrigido. O restante da bancada petista votou pela manutenção do IOF.

‼️O PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, teve 9 votos pela derrubada do aumento e 3 para manutenção da medida.

‼️Todos os deputados do Republicanos, do União Brasil e do PP deram votos contrários ao governo.

Veja os números dos partidos com ministérios do governo Lula que votaram a favor ou contra a derrubada:

MDB: 41 a favor, 1 ausente e 2 contra;

PCdoB: nenhum a favor, nenhum ausente e 8 contra;

PDT: 16 a favor, 1 ausente e nenhum contra;

PP: 48 a favor, 2 ausentes e nenhum contra;

PSB: 9 a favor, 3 ausentes e 3 contra;

PSD: 27 a favor, 17 ausentes e 1 contra;

PSOL: nenhum a favor, nenhum ausente e 13 contra;

PT: 1 a favor, 1 ausente e 65 contra a derrubada;

Rede: nenhum a favor, nenhum ausente e 1 contra;

Republicanos: 42 a favor, 1 ausente e 1 não votou;

União Brasil: 58 a favor, 2 ausentes e nenhum contra.

Como foi o voto dos deputados e dos partidos

Veja como votaram todos os partidos e deputados na Câmara:

Veja como votaram os partidos:

O texto agora seguirá para votação no Senado. Se aprovado pelos senadores, a derrubada dos decretos vai enterrar uma série de dispositivos que elevam tarifas do IOF em operações de créditos, compra de moeda estrangeira, entre outras situações.

Câmara derruba decreto que aumenta IOF; projeto vai ao Senado

Governo foi pego de surpresa

Incluída na pauta da Câmara no fim da noite de terça (24), a proposta foi aprovada em meio a um crescente descontentamento de alas do Congresso com decisões da equipe econômica de Fernando Haddad e com a demora na execução de emendas parlamentares.

Deputados e lideranças governistas acusaram o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de não ter comunicado a mudança na agenda de votações e a escolha de um representante da oposição para a relatoria, o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO).

O anúncio, classificado nos bastidores como uma "surpresa", levou a uma série de reações públicas de ministros do governo Lula em defesa dos decretos.

Publicamente, Motta tem repetido que a análise dos decretos do IOF pela Câmara representa uma insatisfação do Congresso com reiterados aumentos de impostos.

O discurso do deputado foi ganhando corpo ao longo das últimas semanas, com pressões de alas da Casa e de setores afetados por mudanças anunciadas pelo Ministério da Fazenda.

As falas foram repetidas a esmo em encontros com empresários, entrevistas e em publicações nas redes sociais. Em uma das oportunidades, o presidente da Câmara chegou a dizer que havia comunicado ao Planalto que as medidas teriam uma "reação muito ruim".

Para parlamentares, além das pressões internas e do mercado, a mudança de tom de Motta e de deputados foi influenciada também por reveses relacionados a emendas parlamentares, como o atraso na liberação dos recursos e novas investidas do Supremo Tribunal Federal (STF).

Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão conjunta do Congresso Nacional.

Andressa Anholete/Agência Senado

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