
O ex-policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, preso por ter matado o campeão mundial de jiu-jitsu Leandro Lo, em agosto de 2022.
Reprodução/Instagram
A Justiça de São Paulo determinou nesta semana que o ex-policial acusado de matar o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo em 2022 deverá deixar o presídio militar onde está atualmente e ir para uma prisão comum.
A decisão judicial é de quarta-feira (1º) e atende pedido do Ministério Público (MP) para transferir Henrique Velozo do presídio da Polícia Militar (PM), o Romão Gomes, na Zona Norte da capital, para uma ala especial em uma unidade prisional destinada a ex-agentes de segurança do estado. A solicitação foi feita pelo promotor João Carlos Calsavara.
No último dia 22 de setembro, Henrique foi demitido da Polícia Militar pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele era tenente na corporação, mas o político aceitou a recomendação do Tribunal de Justiça Militar, que em junho optou pelas perdas do posto e patente do PM.
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Pasta indiciará nova prisão
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Ficará a cargo da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) a escolha do local onde Henrique permanecerá detido até que seja julgado pelo crime. O julgamento dele está marcado para 14 de novembro no Fórum da Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.
Até a última atualização desta reportagem Henrique seguia preso preventivamente no Romão Gomes. O g1 procurou a pasta da SAP para comentar o assunto e aguarda um posicionamento.
Henrique responde preso por homicídio doloso triplamente qualificado por motivo torpe, perigo comum (ter colocado outras pessoas em risco) e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Cabe recurso O g1 tenta contato com a defesa de Henrique para comentar o assunto.
Crime foi em 2022
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A demissão do policial militar ocorreu mais de três anos após o crime, cometido em 7 de agosto de 2022.
Naquela ocasião, Henrique deu um tiro na cabeça de Leandro Lo, após os dois discutirem e brigarem dentro do Clube Sírio, na Zona Sul da capital paulista, durante um show de pagode. As câmeras de segurança não gravaram o homicídio _testemunhas contaram à Polícia Civil o que ocorreu.
Como foi desligado da PM, Henrique também deixará de receber o salário mensal de R$ 14,6 mil como policial.
Dois júris adiados
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Em 5 de agosto deste ano, o júri popular de Henrique foi adiado pela segunda vez após discussão entre os advogados do dele e os promotores do caso.
"Quero justiça, porque está lá provado tudo o que aconteceu, mas o advogado de defesa tumultuou [o julgamento] e acabou adiando. Só adiou o meu sofrimento... está acabando comigo, isso. Porque eu estava na esperança que dia 7, três anos após a morte dele, que ele [Henrique] iria começar a pagar, cumprir a pena dele. E não foi assim. Mas a justiça ainda vai vir", comentou a mãe do lutador (veja vídeo acima).
Em outras oportunidades a defesa do ex-PM havia alegado que seu cliente atirou para se defender de Leandro e dos amigos dele, que também são lutadores.
A expectativa da Promotoria é que ele seja condenado a pelo menos 20 anos de prisão, em razão das três qualificadoras do crime.
Trajetória do lutador
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Leandro Lo foi campeão mundial de jiu-jítsu por oito vezes. A última conquista, na categoria meio-pesado, foi em 2022, a primeira em 2012, na categoria peso-leve.
Nas redes sociais, ele narra os dois títulos como “as duas conquistas mais importante da carreira”.
“O primeiro [título] é a sensação de conseguir ser campeão mundial, esse foi eu ainda consigo ser campeão mundial, as duas melhores sensações da minha vida. Obrigado todos que estão sempre comigo na alegria na tristeza!”, disse ele numa postagem nas redes sociais dois meses atrás, quando relembrou o aniversário das conquistas mundiais.
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