
Lula discursa na ONU
Mike Seggar/Reuters
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou, durante o discurso de abertura dos debates na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira (23), a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade", defendeu o presidente.
"Há poucos dias, e pela primeira vez em 525 anos de nossa história, um ex-chefe de Estado foi condenado por atentar contra o Estado Democrático de Direito", continuou o petista.
➡️ Bolsonaro foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos de prisão. Ele foi considerado líder de uma organização criminosa que tentou impedir a posse de Lula, entre 2022 e 2023.
"Foi investigado, indiciado, julgado e responsabilizado pelos seus atos em um processo minucioso. Teve amplo direito de defesa, prerrogativa que as ditaduras negam a suas vítimas", seguiu Lula.
"Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam. Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela", seguiu.
'Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis', diz Lula na ONU
O Brasil, representado pelo presidente Lula, é tradicionalmente o responsável pelo discurso de abertura do debate de líderes da agência, que está em sua 80ª edição neste ano.
A Assembleia Geral da ONU é o principal evento das Nações Unidas e acontece anualmente. Durante a assembleia, líderes dos 193 países membros da ONU discursam. Este ano, o evento acontece entre os dias 22 e 24 de setembro.
Defesa da soberania
Durante o discurso, o presidente também defendeu a regulação das redes sociais, e afirmou que ataques a medidas de controle sobre as plataformas servem para "encobrir interesses escusos".
Também defendeu a soberania do país, e criticou sanções arbitrárias impostas por outros governos, sem citar diretamente as sanções norte-americanas, impostas pelo presidente Donald Trump.
"Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia reconquistada há 40 anos pelo seu povo depois de duas décadas de governos ditatoriais", disse Lula.
A fala de Lula ocorre no dia seguinte à nova rodada de sanções do governo americano a cidadãos brasileiros como reação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com o tarifaço, é o pior momento das relações entre Brasil e EUA nas últimas décadas.
"Não há justificativas para as medidas unilaterais e arbitrárias contra as nossas instituições e nossa economia. Agressão contra a independência do poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema-direita subserviente e saudosa das antigas hegemonias", completou o petista.
O petista afirmou ainda que "falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil".

