Tripulantes foram identificados como Lucídio Francisco Dias (à esq.), Bruno Silva Dias (ao centro) e Maria Aparecida da Silva Dias (à dir.)
Reprodução/Redes sociais
A Marinha do Brasil (MB) suspendeu as buscas pela família que desapareceu após o naufrágio de uma lancha no mar na região de Itanhaém, no litoral de São Paulo. Dos três tripulantes da lancha, dois corpos já foram encontrados e identificados: o da mãe, Maria Aparecida da Silva Dias, e o do filho, o veterinário Bruno Silva Dias. O pai, Lucídio Francisco Dias, segue desaparecido.
Os três saíram para pescar na embarcação de Bruno no dia 23 de agosto, data em que a marina de Guarujá, de onde partiram, recebeu um pedido de socorro — o último contato com os tripulantes.
Ao g1, a Marinha do Brasil confirmou, nesta segunda-feira (1°), que as operações foram suspensas após a corporação considerar que não havia mais esperança razoável de resgate de sobreviventes. Questionada pela reportagem, a MB não informou a data de encerramento das buscas.
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Até a última quinta-feira (28), a corporação havia informado que as buscas totalizavam 100 horas ininterruptas de trabalhos e a atuação de 82 militares. A varredura feita pelos profissionais correspondia a 3.900 km².
Busca voluntária
Lucídio continua desaparecido
Reprodução
O presidente da Associação dos Pescadores de Itanhaém, Anderson Café, disse que o direcionamento das embarcações foi feito com base na análise dos ventos e da maré. Atualmente, quatro embarcações voluntárias procuram por Lucídio próximo à Ilha Anchieta, onde o corpo de Bruno foi localizado em 29 de agosto.
Ele afirmou ainda que o custeio do combustível está sendo realizado pela família das vítimas. No entanto, alguns dos pescadores que estão auxiliando no trabalho negaram a ajuda financeira, realizando o serviço de forma voluntária.
Os trabalhos estão sendo feitos com barcos de frete, que são alugados, e o uso foi autorizado pelos proprietários. A alimentação dos pescadores, que também não estão cobrando diárias de serviço, conta com apoio de Anderson.
Corpos identificados
Vídeo mostra lancha desaparecida em naufrágio sendo recuperada no litoral de SP
O corpo de Maria Aparecida foi encontrado em 26 de agosto, na direção da Barra do Sahy, em São Sebastião (SP). O GBMar informou que o cadáver foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Caraguatatuba (SP), onde foi reconhecido por familiares.
A corporação explicou que o corpo foi retirado da água pelos bombeiros após ter sido localizado por equipes da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira (FAB). Ainda de acordo com o GBMar, a mulher estava com colete salva-vidas.
O corpo de Bruno Silva Dias foi localizado em 29 de agosto, em mar aberto, próximo à Ilha Anchieta, em Ubatuba (SP). A informação foi confirmada ao g1 pelo irmão da vítima, Jeferson Silva Dias. Assim como a mãe, Bruno também usava colete salva-vidas. Ele foi identificado por meio de digitais e uma tatuagem. O corpo foi encaminhado ao IML de Caraguatatuba.
A Marinha do Brasil localizou a lancha "Jany" em 27 de agosto, também em São Sebastião (SP). Por meio de nota, o órgão informou que a embarcação será transportada para a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) e passará por perícia.
Na mesma data foi encontrado um corpo em estado avançado de decomposição em Guarujá, cuja identidade ainda é desconhecida.
A Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) instaurou um inquérito para apurar as causas do naufrágio da lancha "Jany" e informou que a embarcação será utilizada como apoio nas investigações sobre as circunstâncias do acidente.
Sobre os tripulantes
Segundo apurado pela equipe de reportagem, Bruno e os pais viviam em Matão, no interior de São Paulo, mas se mudaram para Guarujá. O veterinário veio para a cidade há aproximadamente três anos. Os pais dele, Lucílio e Maria Aparecida, resolveram morar no litoral paulista há cerca de um ano.
O g1 ainda apurou que Bruno era casado e tinha um filho de 11 anos. Com a esposa, ele era proprietário de uma clínica veterinária inaugurada em agosto do ano passado no bairro Pitangueiras, em Guarujá.
Segundo apuração da reportagem, Lucílio é conhecido como Seu Dias. Ele atuava com consertos de equipamentos, como ar-condicionado e micro-ondas, durante o dia, mas no período noturno, trabalhava como auxiliar de veterinário na clínica do filho, que funciona 24h.
Conhecida como Dona Cida, Maria Aparecida estava em processo de aposentadoria e ajudava nos cuidados com o neto, de 11 anos.
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