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Ministério Público denuncia empresário acusado de atirar e matar gari em Belo Horizonte


Renê da Silva Nogueira Júnior, empresário preso por atirar em gari em briga de trânsito

Reprodução

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou Renê da Silva Nogueira Júnior por matar o gari Laudemir Fernandes em Belo Horizonte. A vítima tinha 44 anos e foi morta a tiros após o empresário se irritar com a presença do caminhão de lixo na rua e exigir espaço para passar com seu carro. A TV Globo teve acesso ao documento com exclusividade.

O MP afirmou que o crime foi cometido por motivo fútil, em via pública e com uso de arma ilegal. Renê ainda teria tentado enganar a polícia, pedindo à esposa, que é delegada, para entregar uma arma diferente da usada no homicídio, com o objetivo de confundir a perícia. O g1 tentou contato com a defesa do acusado, mas não obteve retorno até o final desta reportagem.

A Promotoria pediu que o acusado seja julgado pelo Tribunal do Júri e que, em caso de condenação, pague ao menos R$ 150 mil à família da vítima como indenização por danos morais e materiais.

O empresário, que confessou ter atirado contra o gari, afirmou ter usado a arma da esposa ao praticar o crime. A delegada já tinha sido indiciada pela polícia por porte ilegal de arma de fogo, em razão de estar previsto na lei o ato de "ceder" ou "emprestar".

Horas após o ocorrido, a polícia prendeu em uma academia o empresário Renê da Silva Nogueira Junior, suspeito de efetuar os disparos. Ele é marido da delegada Ana Paula Balbino Nogueira, que foi denunciada pela Corregedoria da Polícia Civil por prevaricação.

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Homem que matou gari em BH tentou atrapalhar as investigações

O crime

O empresário confessou o crime uma semana após a morte do gari Laudemir, durante depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Após se irritar no trânsito devido à presença do caminhão de lixo na rua, Renê da Silva Nogueira Júnior atirou no gari Laudemir de Souza Fernandes, que trabalhava na coleta em Belo Horizonte, e ameaçou a motorista do caminhão de limpeza urbana.

Após ser abordado na academia, o suspeito negou à polícia que tenha cometido o crime. No boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil, no entanto, consta a informação de que ele afirmou que a arma é de sua mulher.

"Relatou que a arma de fogo utilizada no crime estaria em nome de sua esposa", diz boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil às 17h40 de 11 de agosto. Em entrevista coletiva, a polícia disse investigar que arma foi usada para matar o gari.

O exame de balística confirmou que a arma usada no assassinato do trabalhador era da delegada. O laudo foi produzido pela perícia da Polícia Civil de Minas Gerais. A arma é de uso pessoal dela.

Infográfico mostra principais pontos do assassinato do gari Laudemir Fernandes pelo empresário Renê Júnior, que confessou o crime

Arte/g1

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