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Moraes determina abertura de inquérito para apurar se Zambelli busca atrapalhar investigação

Deputada fugiu para os Estados Unidos semanas após ser condenada a 10 anos de prisão. PGR pediu investigação para saber se, de lá, ela tentará obstruir o trabalho da Justiça. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de um inquérito na Polícia Federal para apurar se a deputada Carla Zambelli (PL-SP) tenta obstruir, com a fuga para os Estados Unidos, a investigação penal sobre a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Zambelli foi condenada por unanimidade pelo próprio Supremo a 10 anos de prisão por envolvimento no episódio. Segundo as investigações, ela atuou em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto para inserir documentos falsos na base de dados do CNJ, incluindo um suposto mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

Agora, a Procuradoria-Geral da República (PGR) quer apurar se houve tentativa da deputada de interferir no andamento da ação penal — o que pode configurar o crime de obstrução de justiça. A nova apuração ficará a cargo da Polícia Federal, com supervisão do STF.

Moraes também determinou que:

Monitoramento de redes sociais:

A Polícia Federal deve monitorar e preservar publicações feitas por Carla Zambelli ou por terceiros ligados a ela, desde que tenham relação com o inquérito.

Depoimento da deputada:

A Polícia Federal deve ouvir Carla Zambelli no prazo de 10 dias. Como ela está fora do país, Moraes autorizou que a oitiva seja feita por escrito, com notificação inclusive por e-mail.

Investigação de transações financeiras:

O Banco Central deve informar detalhadamente os valores e os remetentes de transferências via PIX recebidas por Carla Zambelli.

Fuga para os Estados Unidos

A abertura do inquérito ocorre no momento em que Zambelli é considerada foragida. Ela deixou o Brasil no dia 25 de maio por terra, atravessando a fronteira com a Argentina. De Buenos Aires, embarcou para a Flórida, nos Estados Unidos, onde segue atualmente, segundo confirmou sua assessoria à TV Globo nesta quarta-feira (4).

Na terça (3), a PGR pediu ao STF a prisão preventiva da deputada e a inclusão do nome dela na lista vermelha da Interpol. Ministros da Corte consideraram a saída do país uma tentativa de escapar das consequências da condenação.

Em 2023, Zambelli chegou a ter o passaporte apreendido no curso das investigações, mas o documento foi devolvido, e ela não possuía impedimentos formais para deixar o Brasil.

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