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MP arquiva investigação da morte de bebê em caso de intubação no estômago em São Carlos


Menino Bryan de 1 ano morreu em abril de 2024. Segundo o MP, o caso foi arquivado porque é possível que o tubo tenha saído do lugar no transporte. Família pode recorrer. O bebê Bryan Santos Cerqueira Pinto morreu em São Carlos

Arquivo pessoal

O Ministério Público de São Paulo arquivou o processo que analisava os procedimentos médicos envolvidos na morte do menino Bryan Santos Cerqueira Pinto, de 1 ano e 11 meses, no dia 30 de abril do ano passado, em São Carlos (SP).

No Hospital Universitário, o prontuário médico indicava intubação no estômago da criança, fato que motivou a família buscar investigações do caso.

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Bryan foi atendido na Unidade de Pronto-Atendimento do Cidade aracy e, após cerca de nove horas aguardando vaga para internação, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado. A criança foi intubada e levada para o HU.

Segundo relatório do MP, divulgado na quinta-feira (22), o tubo encontrado em local incorreto não significa que o procedimento tenha sido errado. Segundo a literatura médica, é possível que o tubo tenha saído do lugar no transporte, chamado de “extubação acidental”. Por isso, o MP decidiu pelo arquivamento.

O relatório indica ainda que a decisão não tira a responsabilidade civil do estado, que deveria ter prestado atendimento médico adequado à criança e não o fez.

O Conselho Regional de Medicina disse que segue investigando o caso sob sigilo, como determina a lei. A família de Bryan tem um mês, a partir desta sexta-feira (23), para entrar com recurso na justiça. A EPTV, afiliada da TV Globo, não conseguiu contato com a família.

Relembre o caso

No dia 28 de abril, ele estava com febre mas, mesmo assim, dormiu bem. No dia 29 ele acordou com febre alta e os pais levaram um menino até a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro Cidade Aracy.

Menino de 1 ano morre e família diz que intubação foi feita errada em São Carlos

O tratamento não deu o resultado esperado e os profissionais da UPA solicitaram uma vaga para internação pela Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde (Cross), mas a vaga não veio com o passar do dia.

Após 9 horas e sem vaga para internação, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e os pais foram retirados da sala. Bryan foi intubado e levado para o Hospital Universitário.

“O médico veio avisar a gente de uma forma desesperadora, que o nosso filho estava em estado gravíssimo com 20% de chance [de sobreviver] e a gente ficou desesperado, ele estava bem, não era para ter acontecido isso. A intubação não ia melhorar?”, afirmou a mãe Janaína Santos Cerqueira Pinto na ocasião.

A intubação é um procedimento que visa manter vias aéreas abertas até o pulmão do paciente para auxiliar na respiração.

Foto foi tirada quando Bryan recebia tratamento em São Carlos

Arquivo pessoal

O menino não resistiu. O prontuário médico confirma que na sala de emergência do Hospital Universitário foi constatada a intubação do estômago.

“O médico me disse que a intubação não tinha sido feita corretamente, foi no estômago a intubação. Pedi para me despedir. Colocaram ele no meu colo e ali meu chão desabou, né? Porque eu peguei meu menino morto”, lembrou a mãe.

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