Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte

Rodrigo Clemente/ PBH/ Flickr PBH

Um nova etapa do Programa Reviva Pampulha vai começar em Belo Horizonte. A previsão é de 12 quilômetros de redes esgoto, ligações de esgoto domiciliar serão concluídos em até 2 anos. A iniciativa é conduzida pela Copasa, com apoio do Ministério Público Federal e das prefeituras de Belo Horizonte e Contagem.

O pacote de obras soma mais de R$ 20 milhões nesta nova etapa. Os 12 quilômeros de redes de captação de esgoto estão divididos entre Belo Horizonte e Contagem, sendo 1 quilômetro na capital e 11 em Contagem.

Segundo o governo do estado, com isso, BH deve atingir 100% de cobertura de rede coletora na bacia da Pampulha, enquanto Contagem alcança mais de 99%.

“Apesar da cobertura quase total, o desafio permanece. É preciso que cada residência faça a ligação à rede. A Copasa não pode fiscalizar isso diretamente; cabe às prefeituras exigir a conexão dos imóveis”, afirmou o vice-governador Mateus Simões.

Melhorias na infraestrutura

Além das redes, o governo anunciou a ligação gratuita de mais de 700 unidades habitacionais em áreas urbanizadas sem infraestrutura adequada, como a ocupação Guarani Kaiowá, em Contagem.

Também estão previstas melhorias nas estações de bombeamento e no tratamento de efluentes, com o objetivo de garantir que a água que chega à lagoa esteja em condições seguras para uso turístico.

O governo afirmou que a qualidade da água da Lagoa da Pampulha já permite atividades como navegação e trabalho técnico sem risco de contaminação.

“A água da lagoa hoje garante vida, com presença de peixes, capivaras e até jacarés. Não é potável, mas está dentro dos parâmetros ambientais”, disse Simões.

Barco turístico

Além da nova etapa de obras, foi anunciada a implantação de um barco turístico com capacidade para 80 passageiros e três saídas diárias, previsto para começar a operar entre dezembro e janeiro. O projeto está em fase final de licenciamento e tem recursos garantidos pela Copasa.

O conjunto de obras faz parte do programa Reviva Pampulha, que prevê investimentos totais de R$ 150 milhões até 2028.

Muito lixo e mal cheiro

Apesar do governo do estado garantir que a água está em condições para navegação e trabalhos técnicos sem risco de contaminação, a população ainda percebe o mal cheiro e lixo acumulado.

Desde 1968, atividades como natação, pesca e navegação estão proibidas devido à má qualidade da água, que apresenta acúmulo de lixo, esgoto doméstico e presença de cianobactérias — organismos nocivos à saúde.

Apenas 44% das ligações foram concluídas até agora. Especialistas alertam que a solução exige ações integradas em toda a bacia hidrográfica, incluindo fiscalização, reflorestamento das margens e conscientização da população sobre a importância da adesão ao sistema de esgotamento sanitário.

O vídeo abaixo mostra a reclamação de moradores e turistas com relação as condições ruins da água na Lagoa da Pampulha.

Moradores e turistas reclamam de mau cheiro da Lagoa da Pampulha

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