G1

Oito são presos em operação no Camelódromo da Uruguaiana


Segundo as investigações, um grupo criminoso se infiltrou na Associação Comercial da Uruguaiana, utilizando ‘segurança armada’ para extorquir de comerciantes. Operação no Camelódromo da Uruguaiana tem mandados de prisão

A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciaram nesta quinta-feira (22) a Operação Feira Livre 2, contra uma organização criminosa que explorava o Camelódromo da Uruguaiana, no Centro do Rio. Até a última atualização desta reportagem, 8 pessoas tinham sido presas.

A força-tarefa afirma que a quadrilha passou a negociar boxes — na teoria, concedidos pelo poder público — à margem das autoridades. “Eles movimentaram, desde 2019, R$ 7 milhões com vendas e locações ilegais das lojas da Uruguaiana, além da cobrança de taxas”, afirmou o promotor de justiça Pedro Simão.

Agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) e promotores do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) saíram para cumprir ao todo 11 mandados de prisão e 9 de busca e apreensão.

Ao todo, 14 pessoas foram denunciadas — entre os alvos estão um policial civil aposentado e um policial penal.

Associação foi tomada

Segundo as investigações, há 6 anos esse grupo criminoso se infiltrou na Associação Comercial da Uruguaiana, onde impôs uma segurança armada e passou a extorquir dos barraqueiros. Para tal, cobravam uma “taxa social”, outra “taxa de segurança” e um adicional pela energia elétrica. Em caso de inadimplência, os comerciantes eram submetidos a cortes de energia e podiam ser expulsos.

Ainda de acordo com o MPRJ, a associação realizava uma gestão ilegal dos espaços públicos, promovendo a venda e locação irregular de boxes. Um ponto era negociado por até R$ 80 mil.

A quadrilha também lavava dinheiro com laranjas e empresas de fachada — inclusive uma lavanderia.

“A partir do momento que você tem uma concessão de um box aqui na Uruguaiana, você não pode sublocar, muito menos vender, porque é um espaço público”, disse o delegado Álvaro de Oliveira, da Draco. “Essa ‘venda’ ainda era sob coação. Exigiam que a pessoa entregasse para você o bem.”

Os denunciados vão responder por organização criminosa armada, extorsão, usurpação de função pública e lavagem de dinheiro.

Polícia Civil e MPRJ fazem operação no Camelódromo da Uruguaiana, no Centro do Rio

Reprodução/ TV Globo

Polícia Civil e MPRJ fazem operação no Camelódromo da Uruguaiana, no Centro do Rio

Reprodução/ TV Globo

Espaço será revitalizado

Em janeiro, o Camelódromo pegou fogo, e vários boxes ficaram destruídos. O que restou da estrutura foi interditado. Uma das suspeitas é que as chamas tenham começado após um curto-circuito em um poste. Outras hipóteses, como furto de energia ou mesmo um incêndio criminoso, também estão sendo investigadas pela 1ª DP (Centro).

No início do mês, a Prefeitura do Rio lançou uma licitação para revitalizar o polo comercial. O espaço será transformado em uma espécie de shopping com 4 pavimentos e cerca de 1,6 mil boxes de serviço e de alimentação, além de áreas técnicas e de apoio.

Um moderno sistema de prevenção a incêndio, adequado às exigências do Corpo de Bombeiros, também será instalado.

O projeto prevê também a reurbanização do entorno, com a criação de um boulevard que ligará a Rua Uruguaiana à Presidente Vargas.

Anunciantes

Baixe o nosso aplicativo

Tenha nossa rádio na palma de sua mão hoje mesmo.