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Parada LGBTQIAPN+: leque vai além de símbolo cultural e vira aliado no calor de 40 °C em Campo Grande


Leque foi mais que item simbólico na Parada LGBTQIAPN+ de Campo Grande.

Mileny Barros/g1

"Vra, vra, vra." O som dos leques ecoou em vários pontos da 22ª Parada do Orgulho LGBTQIAPN+, que tomou as ruas do centro de Campo Grande neste sábado (13). Mais do que símbolo cultural, o acessório virou aliado contra o calor de quase 40 °C.

O leque quase se tornou item obrigatório no evento. O local foi mais que um espaço seguro para celebrar a diversidade. Era um ambiente alegre, colorido e plural. Entre shows e manifestações, muitas pessoas caminharam pelas ruas do centro levando mensagens de amor e respeito à diversidade.

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Lorena Cristiny Silvano, 28 anos, participou da parada com a namorada. “Nos conhecemos trabalhando, em uma empresa de telemarketing. Estamos juntas desde 2018. A Parada é visibilidade para as minorias. O público LGBTQIAPN+ é uma maioria, mas vive em uma sociedade que nos obriga a se esconder. Por isso, é importante ocupar esse espaço.”

Para Everson Pires, porteiro e artista, a manifestação vai além da festa. “A Parada é super necessária. A diversidade precisa ser vista e reconhecida por todos. Não é só uma festa, é um ato político de existência e resistência. Venho há cinco anos e estou gostando muito.”

Márcia Maria Barreto, 53 anos, auxiliar de limpeza, destaca o impacto pessoal da Parada. “Aqui, aprendi a defender meu filho do preconceito. Todos os anos eu venho. Meu filho é casado e não frequenta a Parada, mas eu faço questão de estar presente. Comprei esse leque agora, e ele me representa muito.”

Skarlath Almeida, cabeleireira, maquiadora e servidora pública de 49 anos, reforça a importância do evento para a comunidade. “A Parada é um momento para afirmar nossas conquistas e dizer ‘não’ aos retrocessos. Este leque ganhei quando desfilei em uma escola de samba em Corumbá. Guardo até hoje. Estou na 22ª Parada e participei de todas desde a primeira.”

22ª Parada LGBTQIAPN+ de Campo Grande

A estudante Alice Correia, que participou da Parada pela primeira vez acompanhada da mãe, disse estar feliz com a experiência. “Eu estava muito animada, queria muito conhecer. Estou me sentindo muito feliz. Aqui, eu posso ser quem realmente sou, sem precisar me esconder.”

Sua mãe, Luna Correia, servidora municipal, ressaltou o valor do evento para a comunidade. “Esse movimento é importante para nos encontrarmos, conhecermos, reconhecermos e nos sentirmos acolhidas.”

Segundo Cris Stefany, organizadora do evento a mobilização nas ruas, seja para protestar, se divertir ou debater temas como o combate à LGBTfobia, fortalece o movimento. "Quando as pessoas saem de casa, tomam as ruas e vêm fazer um protesto como este, ou até mesmo para se divertir, se encontrar ou debater um assunto importante, que é o combate à LGBTfobia, nós nos fortalecemos porque isso é um movimento de massa".

Para muitos participantes, a Parada vai além da festa. Alice Louveira, servidora pública, disse que o evento é fundamental para proteger e ampliar direitos. “O mais importante agora é fincar o pé para não perder os direitos conquistados nas últimas décadas e avançar para conquistar mais.”

A professora Rafa Guimarães ressaltou que, apesar das conquistas, ainda há muito a ser debatido. “A Parada é essencial para mostrar que corpos LGBTQIAPN+ existem e para pressionar por mais avanços.”

Show e atrações

Em sua 22ª edição, a Parada da Cidadania e do Orgulho LGBTQIAPN+ reuniu várias pessoas na Praça do Rádio Clube, desde 14h.

No palco, dezenas de atrações artísticas animaram o público até a caminhada, iniciada às 16h, pelas ruas do Centro da capital.

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