Transplante no Piauí: transplante de córnea, rim e múltiplos órgãos aumentaram este ano
O Piauí tem 919 pacientes aguardando por um transplante de órgão — 508 pacientes aguardam transplante de rim e 411 esperam por uma córnea. Os procedimentos tiveram recorde entre janeiro e junho de 2025, quando 183 transplantes foram realizados no estado, segundo a Secretaria de da Saúde (Sesapi).
De acordo com a Central de Transplantes do Piauí, o número de transplantes cresceu nos últimos dois anos. Apenas no primeiro semestre deste ano, foram 29 transplantes de rim — três com doadores vivos e 26 com doadores falecidos — e 154 de córnea.
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No primeiro semestre de 2023, foram 15 doações de múltiplos órgãos, 88 transplantes de córnea e 18 de rim. Em 2024, os números aumentaram: 21 doações de múltiplos órgãos, 136 transplantes de córnea e 21 de rim.
“Atingimos os melhores índices da nossa série histórica. Se mantivermos a mesma proporcionalidade no segundo semestre, teremos recordes em doações de múltiplos órgãos, transplantes de córneas e de rins, no estado”, comentou a coordenadora da Central de Transplantes, Lourdes Veras.
Autorização eletrônica para doação de órgãos
Desde abril de 2024, quem quer ser doador de órgãos pode manifestar e formalizar a sua vontade por meio de um documento oficial, feito digitalmente, reconhecido em cartório.
O processo é completamente digital, a partir do site www.aedo.org.br. Basta acessar o formulário, preencher e enviar. Depois disso, o documento é enviado a um cartório que vai acionar o doador para confirmar os dados em uma chamada de vídeo. A declaração não tem custo.
Depois da declaração, a Central Nacional de Doadores de Órgãos vai saber, a partir da consulta por CPF, que a pessoa é doadora e, com isso, avisar a família antes da decisão.
Nova carteira de identidade tem registro de doador
Com a nova Carteira de Identidade, é possível se identificar, no verso, como doador órgãos após a morte.
Para isso, a pessoa precisará informar, na hora de fazer o novo documento, que quer a inclusão desse dado. Com isso, é possível que ao consultar a sua identidade, a equipe médica saiba do desejo de doação e apresente à família antes da decisão.
Doação só acontece com autorização da família
De acordo com a legislação brasileira, mesmo com a decisão da pessoa de doar os órgãos, em caso de morte, a palavra final é da família, ou seja, não é possível garantir efetivamente a vontade do doador.
Sendo assim, o diálogo com a família e amigos é essencial para que o desejo seja respeitado, dizem os médicos que trabalham com transplantes de órgãos.
A legislação – lei n° 9.434/2007, regulamentada pelo decreto n° 9.175/2017 – define que a família tem a decisão final, não tendo mais valor a informação de doador ou não doador de órgãos, registrada no documento de identidade.
Piauí bate recorde com 183 transplantes de órgãos no 1º semestre de 2025.
Divulgação/Sesapi
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