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Polícia Civil investiga compra de 68 fuzis em 12 dias por Professor; vídeos em celular mostram armas de grosso calibre


Em 2023, traficante do Complexo do Alemão pagou mais de R$ 1 milhão por armas em 2023. Investigadores apreendem vídeo do celular do criminoso que mostra 6 fuzis ponto 30 e 5 sacos de munição; veja vídeo. Polícia encontra imagens de armas e munições no celular do traficante Professor

O traficante Fhillip da Silva Gregório, conhecido como Professor, comprou 68 fuzis no período de 12 dias, em 2023. Os dados estão em uma planilha do criminoso apreendida e investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Morto no último dia 1º, Fhillip foi apontado pela Polícia Federal, em 2023, como o grande comprador de armas para a facção criminosa Comando Vermelho no Rio de Janeiro.

De acordo com a planilha investigada pela Civil, Professor gastou R$ 1.008 milhão pelo armamento adquirido para ser utilizado pelo Comando Vermelho. Por cada fuzil, Professor pagou, segundo a planilha, R$ 16 mil.

Em vídeos encontrados pela polícia no celular do criminoso é possível ver cinco fuzis, de calibre ponto 30. A arma, cada vez mais comum nas mãos das facções, é utilizada em áreas conflagradas pelo mundo para derrubar aeronaves.

Em uma outra imagem do telefone é possível ver cinco sacos repletos de munição para fuzil. Os investigadores ainda não sabem se essas armas e munições estão incluídas na planilha do criminoso ou foram compras que não constam na tabela e foram somadas ao arsenal da quadrilha.

O traficante Fhillip da Silva Gregório, conhecido como Professor, em baile no Complexo do Alemão

Reprodução

O material consta da apuração da Polícia Civil do RJ contra o criminoso. Na terça-feira (3), policiais cumpriram mandados de busca e apreensão contra pessoas apontadas como “lavadores de dinheiro” do Comando Vermelho.

Fhillip Gregório morreu no domingo (1) com um tiro na cabeça. Ele estava foragido da Justiça desde que fugiu do sistema prisional em 2018 e vivia escondido no Complexo do Alemão. Segundo a Polícia Civil, a principal hipótese é de que o traficante tenha cometido suicídio, já que ele apresentava apenas um tiro, na têmpora.

De acordo com investigações, Professor passou a ocupar uma posição que no mundo do crime é chamado de "matuto", um fornecedor de drogas e armas para a facção. Além de ser uma espécie de dono da Fazendinha, uma das favelas que formam o Complexo do Alemão, o criminoso era o responsável por trazer as armas para o Comando Vermelho.

Professor já havia sido alvo da investigação da Polícia Federal que apontou o criminoso como um dos maiores traficantes de armas do Brasil.

Fuzis com o nome do traficante Professor em vídeo das redes sociais

Reprodução

Na investigação da PF, que deu origem à operação Dakovo, Professor fala com 4 traficantes na fronteira do Brasil com o Paraguai. São eles que cuidam de arrumar as armas, passá-las pela fronteira e trazê-las para o Rio.

Os traficantes, três paraguaios e um identificado apenas como Índio, que é brasileiro. Após receber o dinheiro do criminoso compram as armas de uma loja no Paraguai.

Durante os anos de 2021 e 2022, ou seja, antes da planilha obtida pela Polícia Civil, a PF descobriu que Professor comprou fuzis AR-10 e pistolas dos fornecedores no Paraguai.

Em interceptação obtida pela Polícia Federal, Índio diz a Professor que já possui 10 pistolas para enviar ao criminoso:

"Esse amigo meu que é o dono das pistolas que vem comigo, ele tem um contato com o cara lá no Paraguai que é ele que vai receber pra dar na mão do frete, então, tipo assim, ele tem que entrar pra falar com esse cara, então nós tamos aqui, ele mesmo já compra, o cara ...na mão do frete. O frete vai até São Paulo. Chegou em São Paulo ele busca pra mim tá ligado?", explica o criminoso ao Professor.

A Polícia Civil descobriu que Professor investiu em contas de pessoas físicas e de jurídicas para dissimular os ganhos com o tráfico de drogas. Essas contas foram usadas para pagar a compra do armamento na fronteira do Brasil com o Paraguai.

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Foto de dinheiro em celular do traficante Fhillip da Silva Gregório, o Professor

Reprodução

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