Empresa em Vila Velha, na Grande Vitória, não cumpria as medidas de seguranças obrigatórias para a produção de bebedouros e usava selos falsos. Polícia também vai investigar qualidade da água que saía das máquinas. Bebedouros irregulares que eram vendidos para escolas e igrejas são apreendidos em fábrica
Uma fábrica clandestina de bebedouros que vendia os produtos para escolas e igrejas foi interditada em Vila Velha, na Grande Vitória, na manhã desta segunda-feira (23). De acordo com a Polícia Civil, o local funcionava sem autorização e usava o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) mesmo sem ter o registro.
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A empresa também não cumpria as medidas de seguranças obrigatórias para a produção de bebedouros. A qualidade da água que saía dos produtos será analisada por um laboratório no Rio de Janeiro.
Ninguém foi preso e o caso é investigado pela Delegacia do Consumidor.
A operação
Operação interdita fábrica clandestina de bebedouros em Vila Velha, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Mais de 20 bebedouros industriais foram retirados da fábrica, que fica no bairro Cobilândia. As investigações apontaram que os bebedouros eram vendidos para locais de grande circulação.
A destinação foi descoberta por causa do tamanho e dos tipos dos bebedouros mas também a partir de notas fiscais encontradas durante a interdição.
Segundo o diretor geral do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), Eduardo Vidigal, o órgão recebeu várias denúncias sobre o funcionamento do local.
"Um denúncia anônima foi feita no próprio instituto. A gente com essa preocupação, pra ver a qualidade desses purificadores de água, pediu para o fiscal ir até o local e foi detectado que o registro não batia com a portaria que define a fabricação desses filtros", explicou o diretor.
Fábrica em Vila Velha, Espírito Santo vendia bebedouros irregulares para escolas e igrejas
Reprodução/TV Gazeta
O delegado de defesa do consumidor, Eduardo Passamani, detalhou as condições em que os bebedouros eram montados na fábrica.
"O local ele não possui nenhuma autorização de funcionamento. Ele funcionava em um local sem condições sanitárias, favorável a propagação de doenças. A montagem ali era feita de uma forma artesanal, então o risco de choque elétrico era real. Os selos colados nos bebedouros tinham uma séria de irregularidades, CNPJs que não existiam", pontuou o delegado.
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A Polícia Civil intimou a empresa para apresentar outros documentos fiscais para ajudar na identificação de outros clientes recentes e possíveis vítimas.
O delegado orientou que quem comprou os equipamentos com os selos da AR Refrigeração, a fábrica ou da loja Refrial Refrigeração, devem fazer a devolução.
"É só o consumidor olhar, se o bebedouro tiver a etiqueta colada com os nomes das marcas que divulgamos, ele precisa buscar a loja que adquiriu e realizar a troca", pontuou o delegado.
Bebedouros feitos em Vila Velha, Espírito Santo, não tinham selo e estavam em fábrica com condições precárias de saúde
Reprodução/TV Gazeta
O laudo que vai apontar a qualidade da água deve ficar pronto em cerca de 45 dias, e vai determinar se os bebedouros ofereciam riscos concretos à saúde.
Os responsáveis pela fábrica podem responder por: falsificação de selo público, propaganda enganosa, crime contra as relações de consumo, exercício irregular de atividade econômica e dependendo do resultado do laudo, crime contra a saúde pública.
A empresa informou ao g1 que está apurando os fatos internamente e só irá se manifestar oficialmente após a análise completa do caso. "Assim que possível, emitiremos uma nota oficial", disse em nota.
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