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Polícia tenta prender, de novo, médico investigado por morte de paciente


Novos mandados de prisão foram expedidos contra o clínico porque, segundo a polícia, ele descumpriu medidas restritivas. Polícia tenta prender, de novo, médico investigado por morte de paciente

A Polícia Civil do RJ tenta prender novamente, nesta sexta-feira (23), o médico e ex-vereador de São Gonçalo Armando Marins, dentro do inquérito que investiga a morte de Priscilla dos Santos Nascimento, uma de suas pacientes. Outro procurado é o administrador Alexandre Suares Madureira.

Novos mandados de prisão foram expedidos pela 4ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo contra Marins e Suares porque, segundo a polícia, eles descumpriram medidas restritivas. Até a última atualização desta reportagem, eles não haviam sido encontrados.

Marins e Suares respondem por homicídio por crimes contra as relações de consumo.

Entenda o vaivém

Marins tinha sido preso em flagrante na sexta-feira passada (16) depois que diversos produtos vencidos foram encontrados em sua clínica, a Gardner, em São Gonçalo. O estabelecimento foi interditado.

O médico acabou solto na audiência de custódia com medidas restritivas, entre elas entregar o passaporte, não ir à Gardner nem manter contato com seus funcionários.

Na última terça-feira (20), a polícia recebeu uma denúncia de que a clínica estava funcionando. Os investigadores flagraram a Gardner aberta e encontraram mais medicamentos vencidos. Mais uma vez, o espaço foi fechado.

Priscila dos Santos Nascimento

Reprodução

A morte de Priscilla

A estudante de Serviço Social Priscilla dos Santos Nascimento, de 42 anos, morreu em março após se submeter a um procedimento contra varizes conduzido por Marins.

Antes, em 27 de fevereiro, Priscilla tinha procurado Marins para emagrecer, seguindo a indicação do irmão. No início de março, ela voltou e pediu o dinheiro de volta porque não ficou satisfeita com o resultado. O médico, então, a convenceu a fazer o tratamento das varizes. A família diz que Priscilla pagou cerca de R$ 3 mil, somando as consultas e a aplicação da espuma nas pernas.

Ainda de acordo com os parentes, depois do procedimento, em 7 de março, Priscilla começou a sentir dores no corpo.

“Minha filha já não estava conseguindo andar mais. No dia seguinte, a perna da minha filha ficou horrível. Voltei nele com ela, e aí ele falou: ‘É assim mesmo, depois passa’. Quando foi de noite, a garganta dela estava cheia de pus”, narrou a mãe, Tânia Maria dos Santos.

A universitária foi internada às pressas. No prontuário do hospital, o médico escreveu que a paciente deu entrada com falta de ar, crise hipertensiva, amidalite, tosse seca e inchaço nas pernas. Na emergência, o caso foi tratado como septicemia, ou seja, infecção generalizada.

Médico sem especialidade

Marins se apresentava como endocrinologista e afirmava ter 30 anos no ramo. Em uma consulta no banco de dados do Conselho Federal de Medicina, porém, o registro dele não apresenta nenhuma especialização — ele seria clínico-geral.

A polícia ainda apurava se Marins tinha permissão para realizar procedimentos no consultório. No caso de Priscilla, há a suspeita de que o médico aplicou um produto violado e vencido. Os agentes verificam ainda se houve fraude processual, já que o prontuário de Priscilla não foi encontrado.

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