O projeto (RMAV), ainda irá implementar núcleos de apoio emocional nas escolas públicas
Um projeto de lei (PL) que estabelece a Rede Municipal de Apoio à Vida (RMAV) em Rio Branco foi aprovado pela Câmara Municipal por unanimidade durante sessão no último dia 2. O PL tem a finalidade de prevenir o suicídio, promover a saúde mental e oferecer suporte psicossocial à população, especialmente às pessoas em situação de vulnerabilidade social.
O texto prevê que o serviço será ofertado em parceria com o Centro de Apoio à Vida (CAVs), contando com psicólogos, assistentes sociais e equipe multidisciplinar para acolhimento de casos de risco iminente. A rede também deverá contar com canal telefônico 24h para atendimento e orientação. Os serviços serão vinculados à Secretaria Municipal de Saúde.
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O projeto, de autoria de Éber Machado (MDB), ainda irá implementar núcleos de apoio emocional nas escolas da rede pública municipal. O texto aprovado segue para sanção ou veto do prefeito Tião Bocalom (PL).
Outra medida prevista pelo projeto é a de convênios com universidades, organizações não governamentais (ONGs), e instituições religiosas para execução dessas ações complementares de conscientização e valorização da vida.
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"Fica autorizada a celebração de convênios com universidades, organizações não governamentais, instituições religiosas e outras entidades da sociedade civil para execução de ações complementares", acrescenta o texto.
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Lei Ofélia Contreiras
O PL foi nomeado em homenagem a Ofélia Alves Contreiras, que, após tragédias familiares, se formou em psicologia e passou a atuar pela conscientização em torno da saúde mental e valorização da vida.
Em 2019, o g1 contou a história dela. À época, Ofélia corria contra o tempo para conseguir arrecadar dinheiro e pagar uma dívida de mais de R$ 16 mil referente às mensalidades atrasadas do curso. Ofélia começou a faculdade de psicologia após o único filho cometer suicídio três anos antes.
Após a tragédia e o luto, ela decidiu ajudar outras pessoas que precisassem de atendimento por meio da psicologia. Ela conta que os dois primeiros anos conseguiu manter as mensalidades em dia. Porém, perdeu o emprego que tinha em uma creche e não conseguiu mais pagar a faculdade.
Setembro Amarelo
A campanha de conscientização pela vida ganha força com a chegada do Setembro Amarelo. O dia 10 é lembrado como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.
Atendimento psicossocial será realizado através do projeto
Reprodução
A data foi criada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e endossada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo é chamar a atenção dos governos e da sociedade civil para a importância de falar sobre o assunto.
A campanha do Setembro Amarelo foi inspirada na história de Mike Emme, que cometeu suicídio, aos 17 anos, em setembro de 1994, nos Estados Unidos. Ele tinha um carro amarelo e, no dia do seu velório, os pais e amigos distribuíram cartões com fitas amarelas e frases motivacionais para pessoas que pudessem estar enfrentando transtornos mentais e emocionais.
As fitas amarelas se tornaram o símbolo da campanha, que foi adotada em 2015 no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O médico Leonardo Rodrigues da Cruz explica que a campanha é importante para reduzir preconceitos e conscientizar a população sobre os cuidados com a saúde mental – além de proporcionar a redução do estigma "por meio da informação responsável".
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