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Vítimas reconhecem joias roubadas sendo vendidas em programa de TV em que compraram peças: 'Não era coincidência'


Família em Ribeirão Preto encontra joias roubadas sendo vendidas na TV

O que começou como um roubo violento em uma casa de Ribeirão Preto se transformou em uma investigação interestadual que revelou um esquema de receptação de joias envolvendo um programa de televisão. A reviravolta veio quando as próprias vítimas reconheceram, ao vivo, suas joias sendo vendidas no canal “Mil e Uma Noites”.

O crime ocorreu em maio, quando quatro homens invadiram a residência de um casal de idosos, o filho e uma funcionária. Os criminosos sabiam exatamente o que procurar: joias exclusivas, algumas feitas sob encomenda, e oito relógios da marca Rolex. A família estima que cerca de 300 peças foram levadas.

Sem pistas concretas, a investigação ganhou novo rumo quando, semanas depois, a esposa da vítima assistia ao programa de vendas e identificou um colar de ouro e diamantes — presente antigo e de valor sentimental — sendo exibido ao vivo.

"Eu acompanhei esse programa há uns 10 anos. No dia 20 de junho, eu comecei a assistir de novo e identifiquei uma peça minha sendo vendida no ar".

A família passou a acompanhar a programação e identificou outras joias roubadas sendo comercializadas. Para confirmar a suspeita, compraram oito peças que acreditavam ser suas. As joias foram entregues pessoalmente por um funcionário do programa, com nota fiscal e certificado de garantia em nome da empresa.

Mulher reconhece joia roubada em programa de TV.

Reprodução/TV Globo/Fantástico

“Não é coincidência. As minhas joias estavam sendo vendidas no mesmo lugar onde eu costumava comprar”, disse a vítima.

A partir daí, a Polícia Civil seguiu o rastro das peças, que levou os investigadores de Ribeirão Preto a Curitiba, sede do programa, e depois a Uberaba, onde atua o fornecedor das joias, Haig Hovsepian. Segundo depoimentos, as peças foram repassadas por Diego de Freitas, preso durante a operação policial.

A investigação continua, e até o momento apenas 10% das joias foram recuperadas. A promotoria acredita que há mais receptadores envolvidos.

“A quantidade de joias comercializadas é muito grande”, afirmou a promotora Ethel.

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