Compositor de um dos sambas-enredo da Grande Rio, Paulo Onça construiu uma carreira marcada por parcerias com grandes nomes da música nacional, como Jorge Aragão e Zeca Pagodinho. Paulo Onça, sambista amazonense, ao lado de Zeca Pagodinho
Rede sociais
Zeca Pagodinho, a Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio e autoridades lamentaram, nesta segunda-feira (26), a morte do sambista e compositor Paulo Juvêncio de Melo Israel, o Paulo Onça, em Manaus. Ele estava internado há mais de cinco meses, após ter sido agredido em dezembro de 2024, depois de um acidente de trânsito na capital.
Compositor de um dos sambas-enredo da Grande Rio, Paulo Onça teve parcerias marcantes com artistas como Jorge Aragão e Zeca Pagodinho. Nas redes sociais, Zeca prestou homenagem ao amigo, manifestando solidariedade aos familiares, fãs e amigos do sambista.
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A Grande Rio também se pronunciou nas redes, destacando o legado artístico de Paulo Onça, que assinou sambas memoráveis para a escola, como o enredo de 2017 em homenagem à cantora Ivete Sangalo.
O Governo do Amazonas emitiu nota de pesar e exaltou a contribuição do artista para a cultura popular.
“Paulo Onça deixa um legado marcante na cultura brasileira, especialmente nos desfiles das escolas de samba. Dono de versos que emocionaram multidões, ele assinou sambas memoráveis, entre eles o enredo da Grande Rio em homenagem à Ivete Sangalo, em 2017 – uma obra que ficou registrada como um dos momentos mais celebrados do Carnaval carioca”.
A Prefeitura de Manaus também lamentou o falecimento. O prefeito David Almeida afirmou:
“Paulo Onça foi mais do que um sambista: foi a alma do samba de Manaus. Sua partida nos entristece profundamente, mas seu legado será eterno. A cultura manauara hoje está de luto”.
Zeca Pagodinho lamentou a morte do sambista Paulo Onça, em Manaus.
Reprodução/Redes Sociais
Escola de Samba Grande Rio lamenta o falecimento de Paulo Onça
Reprodução/Redes Sociais
'Não merecia esse fim', lamenta esposa
Em entrevista à Rede Amazônica, Simone Andrade, esposa de Paulo Onça, lamentou a morte do sambista e relembrou a luta dele durante os quase seis meses de internação. Ela contou que o artista sofreu traumatismo craniano grave após a agressão e passou por várias cirurgias e idas à UTI.
“Ele foi um guerreiro, mas infelizmente a agressão levou o Paulo. Ele não merecia esse fim”, disse.
Suspeito segue preso
O comerciante Adeilson Duque Fonseca segue preso após agredir o sambista Paulo Onça, em dezembro do ano passado, na Zona Sul de Manaus. Câmeras de segurança registraram o momento em que o carro de Paulo avançou o sinal vermelho e colidiu com o de Adeilson, que desceu do veículo e iniciou as agressões até a vítima desmaiar.
Com a morte, o advogado da vítima, Ezequiel Leandro, informou que o caso deve deixar de ser tratado como tentativa e passar a ser julgado como homicídio qualificado. O Ministério Público deve apresentar um aditamento à denúncia.
"Se a gente observar o vídeo que foi amplamente divulgado, dá pra ver que ele queria matar. Se ele tivesse conversado com o Paulo, nós não estaríamos aqui. Paulo teria resolvido", pontuou Ezequiel.
Agressão após briga de trânsito
Ao g1, o filho do compositor, Paulo Sávio, relatou que houve uma colisão entre o veículo dirigido pelo pai com o de outro motorista. Ambos discutiram e o compositor foi agredido na região da cabeça até desacordar. O agressor fugiu do local sem prestar socorro.
Paulo Onça foi conduzido para um hospital, onde passou por cirurgia e permaneceu internado.
Uma câmera de segurança registrou o acidente, ocorrido pouco depois da meia-noite. O vídeo, obtido pela Rede Amazônica, mostra que o carro do compositor passou no sinal fechado e colidiu com o veículo do comerciante, que agrediu o sambista até deixá-lo inconsciente.
A pedido da Polícia Civil, a Justiça decretou na noite de quinta-feira a prisão preventiva de Adeilson Duque, que passou a ser considerado foragido pela tentativa de homicídio contra o sambista.
Adeilson Duque Fonseca se entregou na noite do dia 7 de dezembro, no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
Vídeo revela agressões sofridas por sambista amazonense após acidente de trânsito