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Autoridades do Brasil, dos EUA e da Itália discutem formas de combater o avanço do crime organizado no mundo


Em São Paulo, especialistas em segurança e autoridades apresentaram números, análises e estratégias para combater redes de tráfico de drogas e armas, pirataria, crimes cibernéticos, terrorismo e outras atividades ilegais. Evento em SP discute formas de combater o crime organizado

Autoridades do Brasil, Estados Unidos e Itália discutiram nesta quarta-feira (25), em São paulo, formas de combater o crime organizado.

Durante dois dias, especialistas em segurança e autoridades apresentaram números, análises e estratégias para combater redes de tráfico de drogas e armas, pirataria, crimes cibernéticos, terrorismo e outras atividades ilegais.

O americano Michael Miklaucic, que trabalhou com segurança e defesa no governo dos Estados Unidos e é um dos organizadores do evento, destacou que nenhum país vence esse desafio sozinho. Segundo ele, a solução envolve uma cooperação policial entre países vizinhos para que as fronteiras não se tornem um impedimento à aplicação das leis.

O seminário também tratou das facções da América Latina e do envolvimento delas com criminosos de países até de outros continentes. Investigações identificaram, por exemplo, que o PCC está presente hoje em 28 nações e se infiltra em presídios no exterior e que a facção atua no tráfico internacional de cocaína, associada a grupos mafiosos da Itália, como a Ndrangheta.

O Brasil tem feito acordos de cooperação internacional com a Itália para trocar informações, documentos e formar equipes conjuntas em investigações com foco na ligação entre as facções brasileiras e a máfia italiana. Nesta quarta-feira (25), no encontro, autoridades dos dois países disseram que só com esse tipo de colaboração é possível enfrentar o problema.

O procurador antimáfia e antiterrorismo da Itália, Giovanni Melillo, comentou que o governo italiano quer aprofundar as investigações sobre a atuação da Ndrangheta no Brasil, assim como as ramificações do PCC na Itália.

Em 2021, a Polícia Federal brasileira prendeu o integrante da Ndrangheta Vincenzo Pasquino. O criminoso fechou um acordo de delação premiada na Itália. O procurador Melillo disse que vem já dividindo informações com autoridades brasileiras e que esse intercâmbio é muito importante para os dois países.

Nesta quarta-feira (25) pela manhã, antes do seminário, o procurador italiano assinou um acordo de cooperação técnica com o Ministério Público de São Paulo - que, segundo os promotores paulistas, vai permitir o compartilhamento de informações de inteligência, intercâmbio de experiências e capacitação de servidores, para reprimir organizações criminosas.

O promotor do Grupo de Atuação Contra o Crime Organizado de São Paulo, Lincoln Gakiya, ressaltou a relevância desse contato maior com a procuradoria italiana:

"Não é um acordo para formação das equipes de investigação, porque isso só vai poder ser feito pela Procuradoria-Geral da República, mas é um acordo muito importante porque ele implica em troca de informações, de investigações em tempo real. Isso, para nós, vai ser fundamental para que a gente entenda o funcionamento inclusive do PCC na Itália. O mundo do crime está globalizado, e a gente precisa também ter esse instrumento de cooperação internacional para que a gente avance”.

Autoridades do Brasil, dos EUA e da Itália discutem formas de combater o avanço do crime organizado no mundo

Reprodução/TV Globo

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