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Câmara de Colatina (ES) aumenta salários de prefeito, vice, secretários e vereadores em até 136%


Câmara de Colatina aprova aumento de salários para prefeito, vice e secretários

A Câmara de Vereadores de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, aprovou um projeto de lei, nesta segunda-feira (14), que reajusta o salário do prefeito, do vice e do secretariado do município em até 136%. Para os vereadores, responsáveis pela votação, o aumento previsto pode ser de até 70%. O impacto total aos cofres públicos é de mais de R$ 500 mil por ano.

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Dos 15 vereadores do município, nove votaram pela aprovação da alteração dos vencimentos e quatro votaram contra a proposta. O projeto de lei foi encaminhado para a prefeitura, que tem 15 dias para analisar e decidir sobre a mudança.

Veja como vão ficar os salários se o projeto for aprovado:

O salário do prefeito de Colatina, Renzo Vasconcelos (PSD), sairá dos atuais R$ 11.253,82 para R$ 19.500 (reajuste de 73%).

O vice-prefeito veria o salário saltar de R$ 6.095,67 para R$ 14.400 (aumento de 136%).

Os secretários municipais vão ver o salário mudar de R$ 8.911,32 para R$ 14.300 (reajuste de 60%).

Já para os vereadores teriam um salto de R$ 8.600 para R$ 14.300 (aumento de 66%).

Colatina, no Noroeste do Espírito Santo

Reprodução/TV Gazeta

A justificativa do projeto aponta que "tanto os subsídios do Poder Executivo quanto os do Poder Legislativo foram fixados com observância dos princípios constitucionais da legalidade, moralidade, razoabilidade e publicidade, bem como em consonância com os limites fixados na Constituição Federal."

A população não aprovou a mudança.

"É um absurdo, né?! Porque o salário mínimo sobe uma mixaria. Eles trabalham quase nada, não olham pela nossa cidade, com um aumento abusivo desse...", disse a aposentada, Neide Cordelario.

Se o projeto for sancionado pelo prefeito, os salários vão ser reajustados imediatamente, menos para os vereadores, que só receberão os novos vencimentos no próximo mandato, a partir de 2029.

Se for vetado, o projeto volta para a Câmara, que tem 30 dias para decidir se derruba ou mantém o veto.

"Um pouco fora de hora, com tanta prioridade que tem para ser feita, não era o caso dessa mudança agora", ponderou a moradora da cidade e auxiliar administrativo, Mônica Vicentine.

"O salário da gente só diminui cada vez mais, né? Quando dão aumento, é uma mixaria, que não dá pra gente viver. Enquanto isso, os salários deles só aumentam, cada vez mais", disse a operadora de balança, Maria da Silva.

Votaram a favor do aumento:

Antônio Silva (Pode)

Eliesio Bolzani (MDB)

John Lennon (PP)

Jolimar Barbosa (Pode)

Jorge Guimarães (MDB)

Juarez do Novo Hotel (Pode)

Lunanda Vago (Republicanos)

Marcelo Pretti (Republicanos)

Marcelão (PP)

Marlúcio (PRD)

Votaram contra o aumento:

Ferreirinha (PSB)

Ângelo Stelzer (PSD)

Caludinei Costa (PSB)

Dr. Vitor Louzada (PL)

Como não houve empate, o presidente da Câmara, Felippe Tedinha (PP), não precisou votar. O vereador Marlúcio (PRD) não estava na sessão e por isso não votou.

O que dizem os vereadores

O vereador Geziano Ferreira (PSB) votou contra o aumento. Segundo ele, há outras prioridades para o município nesse momento.

"A prioridade é, em primeiro lugar, a Saúde, e também a Educação, Segurança Pública, que são pastas essenciais e necessárias para Colatina. Nessa situação, como a própria administração tem a política de cortar gastos, inclusive tem a situação da Santa Casa, que não teve contrato renovado por causa de R$ 80 mil de diferença. Com esse impacto a gente poderia fazer muito mais pela saúde", avaliou.

Câmara de Vereadores de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo.

Câmara de Vereadores de Colatina

Já o vereador Vitor Louzada (PL), que também votou contra o projeto, ressaltou que não foi feito um debate adequado sobre o tema.

"Foi um projeto enviado para Câmara em caráter de urgência, o que muitas vezes não têm o debate adequado, a análise adequada de documentos, e também cabe o meu respeito a população que, muitas vezes, não tem seu salário atualizado", falou.

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Favorável à proposta, o vereador Eliesio Bolzani (MDB), defendeu que os salários no município estão defasados em comparação com outras cidades da região.

"Tem cidades de menores populações que ganham muito mais do que Colatina, então é difícil encontrar um bom profissional para colocar numa secretaria e ganhar o salário que se ganha atualmente", disse Eliesio.

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