Os pais, o irmão, a mulher de Marlon Couto Júnior e o tio dela, Tadeu Almeida, são investigados por participação no assassinato de Nelson Carreira Filho. Polícia indicia cinco pessoas da mesma família por morte de empresário em Cravinhos, SP
A morte do empresário Nelson Carreira Filho, de 43 anos, teve a participação de, pelo menos, cinco pessoas da família de Marlon Couto Paula Júnior, apontado como o principal suspeito. Ele está foragido desde quando o crime começou a ser investigado.
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O inquérito policial que investiga o caso foi concluído nesta segunda-feira (7) e aponta participações dos pais de Marlon, Marlon Couto Paula e Lílian Patrícia Paula, do irmão, Murilo Couto Paula, da mulher de Marlon, Marcela Silva de Almeida, e do tio dela, Tadeu de Almeida Silva.
Além de Marlon Júnior e das cinco pessoas da família dele, outras duas também foram indiciadas.
Nelson Carreira Filho
Arquivo pessoal
De acordo com o delegado Heitor Moreira Assis, Marcela teve ajuda dos sogros para se esconder após a morte de Nelson.
Eles foram indiciados por favorecimento pessoal, que é quando a pessoa ajuda alguém que está sendo investigado. Marcela foi indiciada por fraude processual.
"Eles teriam ajudado, em um primeiro momento, a esconder a investigada na casa deles, ajudado ela no transporte de um condomínio em Cravinhos até uma casa em Ribeirão Preto e, especificamente por essa investigada, eles foram indiciados por favorecimento pessoal".
Em nota encaminhada ao g1, a defesa de Marcela negou envolvimento no crime e afirmou que vai provar a inocência dela.
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Murilo foi indiciado pelos crimes de ocultação de cadáver e falsidade ideológica, por ter trocado de carro com o irmão após o corpo de Nelson ter sido jogado no rio e por ter se passado por Marlon Júnior e assinado a nota de serviço da dedetizadora contratada no dia do crime.
Tadeu, que além de tio de Marcela é gerente da empresa de Marlon Júnior, foi indiciado por homicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. Já Marlon Júnior deve responder por homicídio, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.
Tadeu (à esquerda) e Marlon Couto Júnior são investigados pela morte de Nelson Carreira em Cravinhos, SP
Reprodução/EPTV
Procurada pela EPTV, afiliada da TV Globo, a defesa de Murilo disse que o inquérito tem muitas páginas e não tem como falar sobre o caso.
A defesa de Tadeu disse que ele não participou do homicídio e vai provar na Justiça. Marlon Couto e Lilian ainda não têm advogados constituídos.
O inquérito também indiciou Felippe Miranda e Carlos Eduardo da Silva Cunha por envolvimento na morte de Nelson. Ao todo, oito são investigados.
Apontado pela polícia como a pessoa que ajudou Marlon Júnior a jogar o corpo de Nelson no rio, Felippe vai responder pelos crimes de ocultação de cadáver e fraude processual. A defesa dele nega participação na morte do empresário.
Carlos Eduardo foi indiciado pelo crime de falso testemunho, por mentir durante as investigações. À EPTV, ele disse que não tinha conhecimento do assunto.
Além do inquérito sobre a morte de Nelson, a polícia também investiga os negócios de Marlon Júnior e, segundo o delegado, as mesmas pessoas também podem estar envolvidas.
"Quase todas as pessoas que foram investigadas no inquérito do homicídio, fraude processual, falsidade ideológica e ocultação de cadáver, também estão sendo investigadas neste outro inquérito que corre em paralelo. E neste outro inquérito, elas também podem ser indiciadas pelas práticas do crime de associação criminosa, crimes contra relação de consumo, falsificação de medicamentos, entre outros que poderá, no curso da investigação, restar demonstrados".
O caso
Nelson Carreira Filho, de 43 anos, que morava em São Paulo (SP), desapareceu no dia 16 de maio após participar de uma reunião de negócios em Cravinhos. Até o momento, duas pessoas estão presas temporariamente por envolvimento no caso. O principal suspeito, Marlon Couto, está foragido.
A Polícia Civil acredita que Nelson tenha sido morto por desavenças comerciais após reclamar com Marlon sobre o uso de uma marca de produtos para emagrecer que tinha patenteado e cobrava R$ 100 mil do parceiro.
O empresário Nelson Francisco Carreira Filho, desaparecido depois de reunião de negócios em Cravinhos, SP
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Tadeu Almeida Silva, gerente da fábrica de suplementos de Marlon, se entregou à polícia duas semanas depois do desaparecimento de Nelson. Ele é suspeito de ajudar Marlon a enrolar o corpo de Nelson em lonas antes de ser jogado no rio.
Segundo o delegado Heitor Moreira, no dia do crime, Tadeu agendou uma dedetização na empresa onde estava marcada a reunião com a vítima e todos os funcionários foram dispensados. Por conta disso, a polícia a acreditar que ele tenha ajudado a planejar o crime.
Em depoimento, o gerente afirmou que ajudou a ocultar o corpo de Nelson e que levou o carro do empresário até São Paulo. O veículo foi achado abandonado em uma rua da zona Norte da capital.
À polícia, Tadeu revelou que, após matar Nelson com um tiro, Marlon colocou o corpo em uma caminhonete e o levou até um rancho em Miguelópolis para jogá-lo no rio. Durante a perícia realizada no prédio em Cravinhos, vestígios de sangue foram encontrados com ajuda do luminol.
Felipe Miranda, apontado como o responsável por ajudar Marlon a jogar o corpo da vítima no rio, foi preso em Uberlândia (MG) no dia 5 de junho.
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