Projeto tem como objetivo preservar espécies nativas, oferecer suporte técnico gratuito e garantir renda extra às famílias envolvidas. Iniciativa atende mais de 40 meliponicultores no interior do Amazonas.
Severo Júnior/Rede Amazônica
Criadores de abelhas estão tendo a produção de mel impulsionada na região da Floresta Nacional de Tefé, no Amazonas, por meio de um projeto de manejo sustentável de abelhas sem ferrão. A iniciativa atende mais de 40 meliponicultores e tem como objetivo preservar espécies nativas, oferecer suporte técnico gratuito e garantir renda extra às famílias envolvidas.
O protocolo lançado pelo Instituto Mamirauá orienta os produtores sobre práticas corretas de manejo, construção de colônias e coleta do mel. Segundo o engenheiro agrônomo José Vitor, responsável pela capacitação, a atividade é considerada uma das mais ecológicas da região.
“Além de preservar o meio ambiente, os produtores conseguem gerar renda com a venda do mel,” afirma.
Um dos beneficiados é Jucelino Oliveira, meliponicultor mais antigo da região, que define sua criação como uma “poupança verde”.
“Quando estou aperreado, venho aqui. Comecei achando que era ilusão, mas hoje é meu sustento,” conta.
O agricultor Misael Marques, que atua há um ano com abelhas, já conseguiu adquirir bens com o lucro das vendas. “A gente não tinha algumas coisas antes. Agora já deu pra melhorar,” relata.
A coleta é feita em caixas específicas que permitem multiplicar as espécies e extrair o mel com segurança. O agricultor José Edson afirma que chega a lucrar até R$ 3 mil por ano com a atividade.
Em 2023, o Amazonas produziu cerca de 30 toneladas de mel, com destaque para os municípios de Barreirinha, Boa Vista do Ramos e Iranduba. A região do Médio Solimões, onde está a Reserva Mamirauá, é considerada uma das mais biodiversas do planeta.
O projeto também incentiva a autonomia comercial dos produtores. “Todo o lucro é dos próprios meliponicultores. Eles aprendem a manejar, produzir e vender com independência,” reforça José Vitor.
Jovens como Natael Batista, de 18 anos, e Joabe Batista também aderiram à atividade. “Com a ajuda do Instituto, a gente vai melhorando. Meu objetivo é me aperfeiçoar cada vez mais,” diz Joabe.
Produtores são orientados sobre práticas corretas de manejo.
Severo Júnior/Rede Amazônica
Amazônia Agro deste domingo, 13 de julho de 2025