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Dilma Costa pede exoneração da diretoria de Monitoramento e Controle Ambiental da Femarh após críticas de deputados


Dilma Lindalva Pereira da Costa é ex-presidente do Iteraima e é investigada por suspeita de integrar um esquema de grilagem de terras. Em nota, o governo esclareceu que ela pediu para sair do cargo por 'questões pessoais e de saúde'. Dilma Lindalva Pereira da Costa.

Samantha Rufino/g1 RR/Arquivo

Dilma Lindalva Pereira da Costa, Diretora de Monitoramento e Controle Ambiental da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) pediu exoneração do cargo nesta segunda-feira (19). A informação foi confirmada pelo governo de Roraima. Dilma estava no cargo há 5 dias.

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Em nota, o governo esclareceu que ela pediu para sair do cargo por "questões pessoais e de saúde". O pedido de demissão do cargo na Femarh ocorre após deputados estaduais criticarem a nomeação dela, assinada pelo governador de Roraima Antonio Denarium (PP).

"O Governo do Estado agradece à servidora pelos serviços prestados com dedicação ao longo de sua trajetória profissional e deseja sucesso em seus projetos futuros", agradeceu.

Ao g1, Denarium chegou defender a permanência de Dilma Costa na Femarh. Ele afirmou que o deputado Jorge Everton (União) é quem "lidera" no legislativo as críticas ao seu trabalho.

“Ela [Dilma] é altamente técnica, tem 43 anos de serviço federal, é concursada do Incra e tem experiência em regularização fundiária. A nomeação de cargos é competência do governador”.

Ela é ex-presidente do Instituto de Terras e Colonização do Estado de Roraima (Iteraima) e é investigada por suspeita de integrar um esquema de grilagem de terras no estado. Também foi ela quem pediu exoneração do cargo de presidente, em abril deste ano.

Deputados criticaram nomeação

A cobrança pela exoneração dela do cargo foi feita durante sessão na Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR). A exoneração foi cobrada pelo presidente da Casa Soldado Sampaio (Republicanos) e os deputados Jorge Everton (União) e Renato Silva (Podemos).

👉 Dilma é alvo de uma investigação no Ministério Público de Contas de Roraima (MPC) por grilagem de terras públicas na Gleba Baliza e também na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Ale-RR, que investiga órgão. Ela foi exonerada do cargo de presidente em abril deste ano, a pedido dela.

“É preocupante. A CPI das Terras foi clara ao ponto de o governador ter que exonerá-la, devido ao que foi relatado na CPI, com provas concretas das falhas e do envolvimento na grilagem de terras. Precisamos tomar providências. Também cabe nos manifestar politicamente, como estamos fazendo", afirmou Soldado Sampaio. Ele disse ainda que iria acionar a Procuradoria Jurídica da Assembleia Legislativa de Roraima para barrar a nova nomeação.

🔎 A grilagem, também chamada de roubo de terras, é a ocupação ilegal e fraudulenta de terras públicas, que em alguns casos ocorre por meio de documentos falsos para a obtenção de títulos de propriedade.

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Suspeita de grilagem de terras

Dilma passou a ser investigada pela CPI da Assembleia Legislativa de Roraima no dia 31 de março de 2025. Segundo a Ale-RR, ela tentou obstruir as investigações.

Já as suspeitas do MPC contra Dilma incluem favorecimento indevido na regularização fundiária da Gleba Baliza, estimada em 904 mil hectares, além de grilagem e prejuízos que podem chegar a R$ 1,3 bilhão para os cofres públicos.

Em março deste ano, o governador chegou a defender Dilma das acusações e classificou as denúncias como "improcedentes". Já a ex-presidente classificou as acusações como "informações bastante truncadas" e que as denúncias levadas ao MPC "não condizem com a verdade".

Denarium chegou a destacar a carreira de Dilma como servidora efetiva do estado e que a escolheu como presidente do órgão. Segundo ele, as denúncias mostram que há pessoas "tentando desconstruir o trabalho do governo do estado". Questionado sobre quem seriam as pessoas, ele não respondeu.

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