Aulas da rede municipal estão suspensas na Gardênia e na Cidade de Deus. Quem tiver informações que possam ajudar a localizar os criminosos podem ligar para (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177. Disque denúncia do RJ pede informações sobre envolvidos na morte de policial da Core na Cidade de Deus
O Disque Denúncia divulgou um cartaz oferecendo recompensa de R$ 5 mil por informações que ajudem a localizar os assassinos na morte do policial civil da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), José Antônio Lourenço, morto na manhã de segunda-feira (19) durante a Operação Gelo Podre, na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio.
De acordo com a Polícia Civil, o principal suspeito de atirar no agente da Core é Ygor Freitas de Andrade, o Matuê, de 28 anos. O criminoso é oriundo do Morro da Chacrinha, na Praça Seca, e estaria na Cidade de Deus no momento em que o policial foi baleado.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital. Quem tiver informações que possam ajudar a localizar os criminosos podem ligar para (21) 2253 1177 ou 0300-253-1177.
Aulas suspensas
Na manhã desta terça-feira (20), as aulas presenciais na rede municipal de educação na Cidade de Deus e na Gardênia Azul estão suspensas. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 30 unidades escolares não vão funcionar presencialmente nesta terça. O policiamento está reforçado na região.
O policial chegou a ser socorrido por colegas e levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu aos ferimentos.
Corpo do agente vai ser enterrado nesta terça-feira no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap.
Disque denúncia do RJ pede informações sobre envolvidos na morte de policial da Core na Cidade de Deus
Divulgação
Nesta segunda, durante uma operação para prender os bandidos que cometeram o crime, um intenso tiroteio provocou o fechamento da Linha Amarela, no sentido Fundão.
Pela manhã, crianças de uma escola da Cidade de Deus precisaram se proteger dos tiros abaixadas no corredor da unidade de educação.
O policial civil José Antônio Lourenço
Reprodução
Gelo contaminado
O agente foi morto durante uma operação da Polícia Civil que investiga crimes ambientais e contra a saúde pública e interditou uma fábrica de gelo na Cidade de Deus.
No local, agentes encontraram embalagens jogadas no chão, recipientes sujos e falta de licença ambiental. O gelo produzido no local abastecia quiosques da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes, segundo o governo estadual. Duas pessoas foram levadas para prestar esclarecimentos.
Operação em que policial foi morto tinha como alvo fábrica de gelo adulterado na Cidade de Deus
Além da fábrica na Cidade de Deus, outra unidade em Jacarepaguá foi alvo da operação.
As embalagens apreendidas indicavam que o gelo era "próprio para consumo humano", mas a Cedae, com um laboratório móvel, coletou novas amostras para análise – resultados ainda não foram divulgados.
Fábrica de gelo é alvo de operação
Reprodução
De acordo com as investigações, parte das empresas usava água de poços sem licença ambiental e sem tratamento adequado, além de comercializar água engarrafada clandestinamente, com rótulos falsos de marcas conhecidas.
A Secretaria de Polícia Civil aponta que 70% das fábricas de gelo vistoriadas em 2024 tinham irregularidades, como excesso de amônia e condições precárias de higiene.
Conexão com crime
Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, algumas empresas se instalavam em comunidades controladas por facções criminosas para fugir de fiscalizações.
Os responsáveis podem responder por crimes contra a saúde pública e relações de consumo, com penas de até oito anos de prisão. A operação foi conduzida pela Delegacia de Defesa do Consumidor (DECON) e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA).