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Dois vereadores são cassados em 40 dias em Bariri


Dois vereadores são cassados em Bariri em pouco mais de um mês por quebra de decoro

Em pouco mais de um mês, dois dos nove vereadores da Câmara Municipal de Bariri (SP) tiveram os mandatos cassados após denúncias de quebra de decoro parlamentar. Eles afirmam que foram alvos de perseguição política e prometem recorrer à Justiça para tentar retornar às funções. Os suplentes já assumiram os cargos.

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O primeiro caso envolve Gilson de Souza (PSB), cassado no dia 4 de junho, acusado de assédio moral e perseguição a servidoras da prefeitura. Além de vereador, Gilson é concursado como agente de manutenção e também presidente do Sindicato dos Servidores Municipais. A denúncia foi encaminhada ao Ministério Público, que recomendou a cassação. A Câmara acatou a orientação e votou pela perda do mandato por unanimidade.

Gilson nega as acusações e afirma que os fatos teriam ocorrido em 2011, antes de sua posse como vereador. Em entrevista à TV TEM, disse que foi vítima de injúria racial e de uma articulação política: “Foi unânime politicamente. Todos os blocos se juntaram para a minha cassação. Mesmo vereadores que estavam comigo na campanha”. O ex-parlamentar já ingressou com recurso e afirma que levará o caso até a última instância.

O segundo caso é o da vereadora Mirella Soares (DEM), única mulher trans a ocupar um cargo no Legislativo do Centro-Oeste Paulista. Ela foi cassada nesta segunda-feira (15) sob a acusação de ter recebido hora extra enquanto trabalhava em regime de home office como agente administrativa da Secretaria de Saúde, o que violaria a Lei Orgânica do Município.

Mirella afirma que a denúncia foi motivada por vingança pessoal. Segundo ela, a denunciante seria uma ex-servidora que já a havia agredido fisicamente em outra ocasião. A ex-vereadora destaca que o Ministério Público analisou o caso e pediu o arquivamento da denúncia, posição que também foi seguida pelo juiz responsável e pela Procuradoria da Câmara. “Mesmo assim, os vereadores quiseram seguir com a cassação”, disse. Ela também está recorrendo na Justiça.

Com as cassações, Paulo Fernando Crepaldi assumiu a cadeira de Gilson, e Ivani Maria de Carvalho (Neon Brasil), a de Mirella. O presidente da Câmara, Ricardo Prearo, afirmou que ambos os processos seguiram os trâmites legais e que a diferença de entendimento entre a Câmara e o Ministério Público é natural, já que os órgãos analisam aspectos distintos — um de ordem criminal, outro administrativa.

As cassações consecutivas, em um intervalo de apenas 40 dias, causaram repercussão na cidade, que tem pouco mais de 32 mil habitantes. Com sessões a cada 15 dias, o Legislativo de Bariri agora passa por uma recomposição parcial em meio às críticas, embates políticos e promessas de disputa judicial.

Dois vereadores são cassados em 40 dias em Bariri, no interior de SP

Câmara Municipal de Bariri/Reprodução

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