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Escolas do interior de SP se destacam em competição brasileira de foguetes: 'Emoção muito grande', diz professor


Campeonato é evento aberto à participação de escolas públicas ou privadas. O g1 conversou com três escolas que tiveram destaque na edição de 2025. Escolas em cidade do interior de SP se destacam em competição brasileira de foguetes

A Olimpíada Brasileira de Foguetes contou com a participação de alunos das escolas públicas e particulares de Itapetininga (SP) , e muitos alunos, entre o ensino médio e o fundamental, tiveram destaques na competição.

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O g1 conversou com os professores de três instituições de ensino: o Sesi, o colégio Objetivo e a escola Corina Caçapava Barth, que compartilharam suas experiências no lançamento dos foguetes.

🚀 Campeões da Copa Sudeste

O professor Valter Osório da Silva Júnior, de 34 anos, explicou que a Olimpíada Brasileira de Foguetes foi realizada nos dias 14 e 15 de junho, na Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP), campus II da engenharia de aeronáutica.

Essa competição é dividida em duas categorias: nível três e nível quatro. O três é para os alunos do ensino fundamental e o quatro é para os do ensino médio. Nos dois dias, os participantes têm a oportunidade de presenciar palestras e o lançamento dos foguetes.

Alunos do colégio Objetivo, em Itapetininga (SP), conquistaram o primeiro lugar na competição de foguetes

Valter Osório da Silva Junior/Arquivo pessoal

Valter, que atua como professor de matemática, compartilhou que a escola Objetivo ocupou o primeiro, segundo, quarto, quinto e nono lugares no nível três da competição, e, no nível quatro, ficou com o sexto lugar. A instituição garantiu o título de Campeões da Copa Sudeste.

Já os três alunos da escola Corina Caçapava Barth ocuparam o quarto lugar no nível quatro.

Os 11 alunos que conquistaram o primeiro lugar na olimpíada participaram pela primeira vez. Eles se dedicaram aos estudos e levaram a sério o seu desempenho para participar da competição.

Ao chegarem ao local, tinham apenas a expectativa de estarem inclusos e conhecerem o local, mas ficaram felizes de terem conquistado a posição de destaque. O foguete premiado chegou a 200 km/h em alguns segundos.

Para o professor, ver a dedicação, o brilho nos olhos e a curiosidade científica dos alunos, desde a fase de projeto e construção até o lançamento, foi algo inspirador.

"Participar de um campeonato de foguetes na USP, com meus alunos do ensino médio e fundamental, foi, sem dúvida, uma das experiências mais gratificantes e empolgantes da minha carreira como professor."

Três alunos da escola pública Corina Caçapava Barth, em Itapetininga (SP), chegaram no quarto lugar

Valter Osório da Silva Junior/Arquivo pessoal

Valter assumiu o cargo de professor na escola Corina Caçapava Barth em 2025, e iniciou uma aula eletiva chamada "Ao infinito e além" sobre construção e lançamento de foguetes.

Os alunos escolheram voluntariamente participar dessas aulas. Alguns optaram devido ao interesse pela área de exatas e outros não gostavam de matemática mas optaram devido à oportunidade de adquirir conhecimento na matéria.

O educador espera que essa experiência incentive outras escolas públicas a desenvolverem projetos como o dele: "É uma pena que existam mais escolas particulares do que públicas [na competição]. Essa é a primeira vez que levo uma escola pública. Foi uma emoção muito grande, o amor que eles colocaram nisso. Eu fico muito emocionado de ver eles participarem".

"A sensação é de dever cumprido, em uma profissão tão difícil como a de professor. A gente vê que os estudos são o caminho para mudar a vida das pessoas. Eu chorei do começo ao fim da competição", relembrou o professor.

📚 Matemática na prática

Foguete do trio que representou o Sesi de Itapetininga (SP) chegou a 190 km/h na competição

Rodrigo Felipe Raffa/Arquivo pessoal

Rodrigo Felipe Raffa, de 31 anos, é professor de física e programação robótica no Sesi de Itapetininga. Ele participou da olimpíada ao lado de três alunos da oitava série do ensino fundamental. Na escola, os estudantes são estimulados a participar de olimpíadas de conhecimentos, além de orientações para os alunos compreenderem que a educação abre portas e constrói sonhos.

Segundo Rodrigo, os alunos aprenderam a construir foguetes nas aulas de robótica ainda quando estavam no 6º ano. O foguete que participou da competição chegou a 190 km/h e 389 metros de altura. "Os alunos têm a oportunidade de ver a matemática sendo aplicada na prática."

A competição anima os alunos e os incentiva a buscar melhorar nas matérias. Para seguir em projetos como a Olimpíada Brasileira de Foguetes, os estudantes devem alcançar notas acima das médias em todos os componentes da escola, apresentando um rendimento positivo nos estudos.

O educador também apontou que esses torneios estimulam o trabalho em equipe, a criatividade e a resolução de problemas, aplicando conceitos de física, matemática, ciências, robótica. Além disso, desenvolve as habilidades socioemocionais, como a tolerância à frustração, pois em uma competição o aluno pode ganhar ou perder.

"Hoje é um desafio muito grande aprimorar o ensino em exatas. Eu vejo esses projetos como uma oportunidade de aproximar o aluno do componente."

Ao g1, Rodrigo compartilhou que os estudos sobre foguetes já levaram, nos últimos três anos, 17 alunos a conquistarem a oportunidade de uma bolsa remunerada em iniciação científica na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

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*Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku

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