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'Estado brasileiro falhou', diz ministro da Previdência sobre fraude do INSS


Afirmação foi feita durante sabatina no 20º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji no Teatro da ESPM, em São Paulo (SP) Wolney Queiroz, ministro da Previdência Social

TV Brasil/Reprodução

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou nesta sexta-feira (11) que o "Estado brasileiro falhou" na conduta sobre a fraude dos descontos associativos que atingiu aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).

"O Estado brasileiro falhou porque nunca se fez o batimento daquelas listas de aposentados que autorizavam ser descontados em folha. O INSS nunca, na história, nessas décadas, conferia isso. Tomava como verdade os dados das associações", disse.

A afirmação foi feita durante sabatina no 20º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji no Teatro da ESPM, em São Paulo (SP).

Apesar de admitir a falha, Queiroz disse que identificar a fraude foi um processo difícil, mesmo com os alertas sobre os descontos irregulares recebidos nos últimos anos.

"As primeiras denúncias datam de 2019, 2020. A Polícia Federal investigou, o Ministério Público Federal também, não conseguiram achar. Não eram coisas simples de achar. A própria CGU passou um ano e meio para poder levantar todos esses dados e deflagrar a operação 'Sem Desconto'."

Questionado se decretar o fim do desconto em folha seria uma solução para evitar novas fraudes, o ministro afirmou: "Tenho muita dificuldade em defender a volta do desconto em folha, mas também tenho muita dificuldade em condenar todas as associações a deixarem de existir."

Segundo ele, extinguir essa forma de pagamento sufocaria financeiramente muitas entidades legítimas, especialmente aquelas ligadas a trabalhadores rurais.

"Por trás disso, tem uma disputa ideológica. Existe um desejo claro da centro-direita de matar os sindicatos. Eles tentaram com a reforma sindical e os sindicatos encontraram uma maneira de sobreviver através dos descontos associativos em folha. Se esses descontos acabam, atinge-se diretamente os sindicatos de centro-esquerda."

Esta reportagem está em atualização.

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