À época, Santo Padre usou o antigo Twitter para dizer que o ato no Rio foi 'inesquecível'. Papa morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos. Francisco levou 3,7 milhões a Copacabana na 1ª viagem do papado
Em 2013, o Papa Francisco veio ao Rio de Janeiro para sua 1ª viagem apostólica e participou da 28ª Jornada Mundial da Juventude. O Santo Padre morreu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, no 12º ano à frente da Igreja Católica.
O ápice daquela visita ao Brasil foi um domingo, 28 de julho, quando 3,7 milhões de pessoas assistiram à sua homilia na Praia de Copacabana.
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Mais de 3,7 milhões de pessoas assistiram à a homilia de Francisco na Praia de Copacabana
Reprodução/TV Globo
Assim foi a passagem de Francisco pelo Brasil:
📅 22 de julho (segunda-feira): chegada ao Brasil
Papa Francisco desembarca no Aeroporto do Galeão às 16h.
É recebido pela presidente Dilma Rousseff com cerimônia oficial.
No trajeto até o centro do Rio, o carro do Papa é cercado por multidões; tumulto marca o percurso.
Saúda os fiéis na Catedral Metropolitana e segue para a residência do Sumaré, onde fica hospedado.
📅 23 de julho (terça-feira): recolhimento
Dia reservado para descanso e preparação do Papa.
Realiza encontros privados e orações no Sumaré.
📅 24 de julho (quarta-feira): visita a Aparecida
Viaja de helicóptero ao Santuário Nacional de Aparecida (SP).
Celebra Missa solene para milhares de fiéis.
Enfatiza a importância da fé, da esperança e da alegria cristã.
Almoça com bispos no seminário de Aparecida.
Retorna ao Rio no fim do dia.
📅 25 de julho (quinta-feira): encontro com a juventude
Visita ao Hospital São Francisco de Assis na Providência de Deus (Tijuca), que atende dependentes químicos.
Enfatiza a importância da solidariedade e da dignidade humana.
À noite, participa da Cerimônia de Acolhida da JMJ na Praia de Copacabana (originalmente prevista para Guaratiba, transferida devido às chuvas).
Discurso inaugural aos jovens: convite à fé ativa.
📅 26 de julho (sexta-feira): Via Sacra
Encontro com jovens na Praia de Copacabana para a tradicional Via Sacra.
Estações dramatizadas com temas sociais e espirituais.
Papa fala sobre o sofrimento de Jesus nos rostos dos jovens em dificuldades.
📅 27 de julho (sábado): vigília
Celebra Missa privada com clérigos e seminaristas no Sumaré.
Encontro com a classe dirigente e cultural no Theatro Municipal.
À noite, participa da grande Vigília com os jovens na Praia de Copacabana.
Discurso com o lema: “Ide, sem medo, para servir”.
📅 28 de julho (domingo): missa campal
Celebra a Missa de Envio na Praia de Copacabana, com presença de aproximadamente 3,7 milhões de pessoas.
Anúncio da próxima JMJ: Cracóvia, Polônia, em 2016.
Despedida calorosa e retorno ao Vaticano na noite do mesmo dia.
Três milhões de fiéis acompanham missa do papa em Copacabana neste domingo (28)
A visita em detalhes
Francisco chegou ao Rio de Janeiro em 22 de julho de 2013, sendo recebido na Base Aérea do Galeão pela então presidente, Dilma Rousseff; o governador Sérgio Cabral; e o prefeito Eduardo Paes.
Ao chegar ao Centro da cidade, o Pontífice enfrentou uma recepção inesperada: falhas no isolamento de algumas vias, como a Avenida Presidente Vargas, permitiram que centenas de pessoas se aproximassem do Papamóvel, atrasando o comboio. Estima-se que cerca de 200 mil fiéis acompanharam o cortejo.
Francisco descansou no dia seguinte e, em 24 de julho, seguiu de helicóptero até Aparecida (SP), onde foi recebido por cerca de 200 mil fiéis e uma chuva persistente. Nas poucas horas em que permaneceu na cidade, celebrou uma missa na Basílica para cerca de 15 mil convidados. Após a celebração, saudou aqueles que não conseguiram entrar, pedindo desculpas “por não falar brasileiro”.
A JMJ começou em 25 de julho.
Antes de chegar a Copacabana, o Santo Padre realizou uma visita ao Hospital São Francisco de Assis na Providência de Deus, na Tijuca, Zona Norte da Cidade. No local, o Papa recordou a missão de São Francisco de Assis:
“Quis Deus que meus passos, depois do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, se dirigissem para um particular santuário do sofrimento humano, que é o Hospital São Francisco de Assis. É bem conhecida a conversão do Santo Patrono de vocês: o jovem Francisco abandona riquezas e comodidades para fazer-se pobre no meio dos pobres, entende que não são as coisas, o ter, os ídolos do mundo a verdadeira riqueza e que estes não dão a verdadeira alegria, mas sim seguir a Cristo e servir aos demais; mas talvez seja menos conhecido o momento em que tudo isto se tornou concreto na sua vida: foi quando abraçou um leproso”, disse.
Na visita à comunidade de Varginha, em Manguinhos, Francisco entrou na casa de alguns moradores e falou sobre corrupção e fé em discursos aos peregrinos.
O papa destacou ainda a acolhida desde que chegou a terras brasileiras: “Me sinto acolhido. E é importante saber acolher; é algo mais bonito que qualquer enfeite ou decoração”.
Francisco também ouviu confissões de jovens e almoçou com jovens detentos, na Quinta da Boa Vista, Zona Norte.
Copacabana, cartão-postal do Rio, abrigou peregrinos que fizeram vigília. Eles dormiram em sacos de dormir na areia e em calçadas, ou em barracas, tomando conta do bairro.
O local tornou-se de última hora cenário da missa de despedida do pontífice, depois que uma estrutura montada em Guaratiba, Zona Oeste do Rio, especialmente para receber a vigília, virou um lamaçal após fortes chuvas.
A faixa de areia foi tomada por bandeiras que substituíram o tradicional guarda-sol. A multidão acompanhava as celebrações na orla e em vários pontos de Copacabana, inclusive nos bares que passaram a transmitir a missa.
Antes de subir ao palco, o pontífice percorreu 3 km da Avenida Atlântica no papamóvel. Fiéis o seguiram, tentaram entregar presentes e receber a bênção. Alguns corriam, outros arriscaram subir em árvores, e os moradores mais privilegiados o observavam de suas janelas ou sacadas.
Após a missa, Francisco usou o antigo Twitter para dizer que o ato público foi “inesquecível”. “Inesquecível Festa de Acolhida em Copacabana! Que Deus lhes abençoe a todos!”, publicou à época.
Mensagem do Papa publicada no Twitter do Vaticano considerando inesquecível a acolhida em Copacabana
Reprodução/Twitter/Arquivo