Advogada Clara Ramos de Souza Morgado, que é esposa de Rodrigo Morgado, fez um acordo com a funcionária sorteada em uma festa de fim de ano da empresa Quadri Contabilidade. Ela também conseguiu um alvará de soltura para o marido, que havia sido detido por porte ilegal de arma. Larissa Amaral da Silva (à dir.) ganhou carro em sorteio da empresa de Rodrigo Morgado (à esq.)
Reprodução/Instagram
A auxiliar contábil Larissa Amaral da Silva e o empresário Rodrigo Morgado fizeram um acordo extrajudicial sobre o sorteio de um Jeep Compass. A funcionária sorteada foi demitida e perdeu o carro que havia ganhado em uma festa de fim de ano da empresa Quadri Contabilidade.
O empresário tomou o veículo da auxiliar, de 25 anos, alegando que ela não havia cumprido o regulamento. De acordo com Morgado, a mulher foi desligada da companhia por comportamento inadequado.
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Morgado também ficou conhecido após ser preso por porte ilegal de arma durante uma operação da Polícia Federal contra o tráfico internacional de drogas. A advogada Clara Ramos de Souza Morgado, que é esposa do empresário, conseguiu um alvará de soltura para ele na sexta-feira (2).
Vídeo mostra sorteio jovem ganhando carro de empresa que perdeu ao ser demitida
Conforme apurado pelo g1, Clara também foi a responsável por formalizar o acordo com a Larissa e o advogado dela, Paulo Ferreira. As negociações terminaram na madrugada de sexta-feira, quando Morgado ainda estava detido.
À equipe de reportagem, Ferreira afirmou que a esposa de Morgado escutou a jovem e solucionou a situação. "No final, deu tudo certo. Fizemos o que era melhor para a Larissa, lembrando que o nosso intuito era por justiça e isso foi reconhecido pela outra parte", explicou ele.
O acordo aconteceu extrajudicialmente, quando as partes chegam a um consenso sem a intervenção do Poder Judiciário. A decisão foi feita com confidencialidade, então ambas as partes não quiseram revelar o que ficou combinado.
Sorteio do carro
Empresário atribui demissão a comportamento de funcionária que perdeu carro que havia ganhado em sorteio
Reprodução
O sorteio de um Jeep Compass 2017 foi promovido pela Quadri Contabilidade, do empresário Rodrigo Morgado, para os funcionários em dezembro de 2024. A auxiliar contábil Larissa Amaral da Silva venceu o sorteio, mas perdeu o prêmio. Ela teve que devolver o carro à empresa por, segundo Morgado, ter descumprido o regulamento.
A funcionária foi demitida e a justificativa foi o comportamento inadequado, conforme informou ao g1 o empresário.
A jovem contou ter sido demitida após reclamações referentes ao carro, que, de acordo com ela, apresentou diversos problemas mecânicos desde que foi entregue.
De acordo com as regras estipuladas pela empresa, o carro só seria transferido para o nome do vencedor após o cumprimento de metas, como captação de clientes e participação em treinamentos internos.
Prisão e soltura
Rodrigo Morgado foi preso e teve veículos apreendidos durante Operação Narco Vela, da Polícia Federal
Redes sociais e PF
Rodrigo Morgado teve a prisão convertida em preventiva durante audiência de custódia na quarta-feira (30), no Fórum da Barra Funda, em São Paulo.
Ao g1, o advogado Octavio Rolim afirmou na ocasião que iria recorrer a decisão porque a arma encontrada com Morgado, uma 9 milímetros, tinha documentação de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC). Ele ressaltou que a detenção não tinha relação com a operação, mas com a arma, que passou a ser de uso restrito após nova legislação.
Na decisão, o juiz Antônio Balthazar de Mato não mencionou a nova legislação citada pelo advogado como motivo da manutenção da prisão, mas destacou que o empresário encontra-se vinculado a investigações de tráfico internacional, ameaça e vias de fato, o que o torna um risco à sociedade.
"Quem, sem autorização legal, dispõe-se a andar armado, mormente (principalmente) se envolto em práticas ilícitas, salvo hipóteses excepcionalíssimas, está pronto a cometer os mais sérios crimes tipificados em lei", destacou o juiz.
Segundo apurado pelo g1, a esposa dele é advogada e conseguiu um alvará de soltura para o marido nesta sexta-feira (2). Em uma nova decisão, o juiz Mens de Mello afirmou que o fato de Morgado ter a documentação de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC) demonstra que a posse da arma pode não decorrer de uma conduta criminosa, o que deve ser apurado durante o processo.
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