Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, divulgado nesta sexta-feira (11), registrou inflação de 0,56% no país e 0,53% no Rio. Inflação no RJ: Café, tomate e ovo têm aumento de preço acima da média nacional, diz IBGE
O IBGE divulgou nesta sexta-feira (11) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, que registrou inflação de 0,56% no país e 0,53% no Rio. Apesar da leve desaceleração em relação à média nacional, alimentos como café, tomate e ovo pressionaram mais o bolso dos cariocas no último mês.
Os três produtos tiveram altas acima da média do Brasil, segundo os dados oficiais. O tomate, subiu 30% apenas em março no estado, enquanto o ovo registrou alta de 14% no mesmo período.
"Tá caro! R$ 12 tá caro. Tudo tá caro", comentou a dona de casa Maria de Lurdes Cerqueira, enquanto fazia a feira.
"Tá puxado. R$ 15 o ovo caipira. Tá puxado, sim", reclamou Maria Alice Geli, outra consumidora carioca.
Vista de prateleiras com diversas marcas de café em um supermercado no Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 25. O café foi o alimento com maior alta de preços nos últimos 12 meses, apontam dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 25. A bebida registrou uma alta de 60,10%.
SAULO ANGELO/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
Já o café moído acumula um aumento de 85% nos últimos 12 meses no Rio de Janeiro. São quase 10 pontos percentuais acima da inflação nacional do produto (77%).
Jogo de cintura no mercado
Para driblar a inflação, os consumidores adotam táticas como comparar preços e aproveitar promoções.
"Tem que saber onde e como comprar. Tem o dia da feirinha no mercado", explicou a empregada doméstica Ednice Ferreira.
"Não é assim, só chegar e comprar. A gente tem que ver, porque as coisas tá muito caro", reforçou Sandra.
Miriam: alimentação em casa pesa na inflação de março
Clima e safra influenciaram
De acordo com o economista André Braz, da FGV/Ibre, o grupo de alimentos e bebidas foi responsável por 52% da inflação de março no estado.
Segundo ele, fatores climáticos, como a onda de calor em março, afetaram produtos perecíveis.
"Alimentos in natura são mais sensíveis a variações do clima. O aumento no preço do tomate, por exemplo, está ligado a essas mudanças. Mas é provável que ele tenha queda nos próximos meses, com a chegada do outono e condições mais favoráveis para a colheita", explicou André.
Já o café e outros itens com ciclos de produção mais longos podem manter a tendência de alta.
"É mais difícil prever quando esses preços vão recuar, pois dependem de safras mais demoradas", completou Braz.