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Maria Augusta Rodrigues morre, aos 83 anos, no Rio de Janeiro


Uma das maiores personalidades da história do carnaval carioca, ela estava internada desde junho, em tratamento contra o câncer. Maria Augusta Rodrigues morre, aos 83 anos, no Rio de Janeiro

Morreu nesta sexta-feira (11), no Rio de Janeiro, uma das maiores personalidades da história do carnaval carioca. Maria Augusta Rodrigues tinha 83 anos e estava internada desde junho, em tratamento contra o câncer.

Quando era criança no interior do Rio, Maria Augusta gostava de passar o domingo em família e refletir sobre o amanhã. Em uma dessas indagações de futuro, se mudou para a capital para estudar na Academia de Belas Artes. Se tornou aluna de Fernando Pamplona, gênio que revolucionou a estética do carnaval carioca.

Em 1969, Pamplona foi contratado para decorar os salões do Copacabana Palace para o baile de carnaval do hotel e convidou a aluna para ajudar. Só que a missão incluía levar depois todos os enfeites que seriam reaproveitados no barracão do Salgueiro, onde Pamplona fazia o carnaval - e onde Maria Augusta, a partir desse dia, também passou a fazer história.

Ao lado de outros nomes importantes como Arlindo Rodrigues e Joãosinho Trinta, Maria Augusta ajudou a consolidar o Salgueiro entre as grandes do carnaval carioca, por desfiles como “Bahia de Todos os Deuses” e “Festa para um Rei Negro”.

Enquanto Joãosinho Trinta se afirmaria pela estética do luxo no brilho, Maria Augusta procurava o “luxo na cor”. Adepta do bom, bonito e barato, na União da Ilha buscou também o simples, a partir de enredos memoráveis como “Domingo” e “Amanhã”. Teve passagens pela Paraíso do Tuiuti, Tradição e Beija-Flor.

"O momento mais difícil é na hora que reúne todo mundo. Se não armar bem a escola, a escola normalmente não dá certo na avenida”, disse Maria Augusta.

Maria Augusta Rodrigues morre, aos 83 anos, no Rio de Janeiro

Reprodução/TV Globo

Jurada do Prêmio Estandarte de Ouro, comentarista de transmissões. No carnaval de 2025, também foi o enredo da escola mirim Aprendizes do Salgueiro.

Logo depois da confirmação da morte, muitas escolas postaram notas de pesar com fotos de Maria Augusta em preto e branco. Na linguagem das cores, que ela conhecia como poucos, é como se diz: saudade.

"A gente fica com o coração apertado, mas com a consciência de que seu legado permanece, o seu exemplo permanece, e cabe a nós dar continuidade ao seu trabalho e seu legado no carnaval”, afirma Jorge Silveira, carnavalesco do Salgueiro.

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