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Moradora de Ferraz de Vasconcelos denuncia passageiro por importunação sexual dentro de trem da CPTM


Suspeito passou a mão nas partes íntimas da vítima e, na sequência, passou a acariciar seu próprio órgão genital durante uma viagem. Mulher voltava do trabalho quando o crime aconteceu. CPTM lamenta o ocorrido e afirma que seguranças da companhia acolheram a vítima. A Polícia Civil investiga o caso. Vítima desceu na Estação de Ferraz de Vasconcelos, onde o caso foi relatado

Helder Vilela/ TV Diário

Uma moradora de Ferraz de Vasconcelos denunciou um passageiro por importunação sexual dentro de um trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O caso ocorreu entre as estações Brás e Guaianases, da Linha 11-Coral. A CPTM lamentou o ocorrido e afirmou que seguranças da companhia acolheram a vítima. A Polícia Civil investiga o caso.

Gabriela Bento, de 27 anos, é autônoma e voltava para casa em Ferraz de Vasconcelos na quarta-feira (14), após mais um dia de trabalho. Ela entrou em uma composição na Estação Brás, em São Paulo. No meio do fluxo de passageiros, a jovem percebeu que um homem começou a passar a mão em suas partes íntimas.

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"Não deu para perceber se ele estava lá dentro ou se entrou na mesma estação. No meio daquela 'muvuca', ele passou a mão nas minhas partes íntimas. Ele estava com uma sacola e puxava ela entre as minhas pernas. Por um momento achei que ele estava ajeitando ela, mas o ato se repetiu", conta a jovem.

"Quando ele fez de novo, o afastei e ele respondeu pedindo desculpa e colocou as mãos para frente. Pensei que fosse uma pessoa de bem e que percebeu o que tinha feito", prosseguiu.

No entanto, ela afirmou que os atos obscenos continuaram. Mesmo usando um fone de ouvido, a mulher notou que o homem sussurrou em seu ouvido. Ela olhou para baixo e viu que o suspeito acariciava o órgão genital. A cena deixou a vítima assustada e ela avisou o namorado sobre o que estava acontecendo.

"Pensei que ele estivesse com alguma coceira, mas ele passou a se acariciar demais. Mandei mensagem para o meu namorado e disse que estava acontecendo alguma coisa. Vi desde quando não tinha volume na calça até a parte em que ficou com volume. Isso durou entre 15 e 20 minutos", relata.

O suspeito usou uma blusa para impedir que outros passageiros percebessem o ato. Um casal estava próximo do homem, mas um deles estava de costas o que dificultava a moça de pedir ajuda. O medo tomou conta da mulher neste momento. A saída foi filmar a cena e enviar para o seu companheiro.

"Fiquei muito aflita, sem ter para onde ir. Não tinha um rosto de ninguém para sinalizar de alguma coisa e então comecei a filmar. Fingia que estava escrevendo uma mensagem e, como ele estava muito perto, tentava olhar meu celular e eu aproximava o mais perto possível do rosto, fingindo não estar enxergando, e consegui registrar alguns momentos dele fazendo isso".

Na sequência, o homem pegou a blusa, colocou no ombro e fingiu que estava dormindo. Ela aproveitou o momento para tentar tirar uma foto do rosto do suspeito. O homem abriu os olhos e viu que ela tirou a fotografia. Logo depois, ele levantou e desceu na Estação Guaianases.

Gabriela relembrou de uma situação semelhante que vivenciou também em um trem, onde a vítima denunciou que um passageiro havia passado a mão nela, mas as pessoas não acreditaram. Isso fez com que ela não agisse naquele momento.

"O que senti no momento foi muito pavor. Me tremia muito. Minha vontade era gritar. Lembrei de uma situação que vivenciei na CPTM, onde uma menina falava que um cara tinha passado a mão nela e o vagão inteiro se colocou contra ela, alguns chamando ela de louca. Ela chorava muito e esse choro veio até minha cabeça".

Neste período, o namorado relatou o caso para funcionários da Estação de Ferraz de Vasconcelos. A vítima disse que a polícia foi até o local, mas o suspeito já havia descido em outra estação.

Ela registrou o boletim de ocorrência na delegacia da cidade e aguarda por Justiça. Além disso, Gabriela gravou um vídeo onde conta o que passou no trem e publicou em suas redes sociais.

"Meu namorado fez a denúncia quando estava acontecendo, mas os seguranças só apareceram na Estação de Ferraz. Fiquei me sentindo culpada por não ter conseguido fazer nada e ter deixado ele escapar", finalizou.

SSP

A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) informou que a investigação segue sob sigilo no 1º Distrito Policial de Ferraz de Vasconcelos.

"A vítima foi ouvida pela autoridade policial, que prossegue com diligências para identificar o autor do crime e esclarecer todas as circunstâncias do caso", informou a pasta.

Por fim, a SSP afirmou que os detalhes serão preservados devido ao sigilo das investigações e a natureza da ocorrência.

CPTM

A CPTM lamentou o ocorrido e disse que a vítima foi acolhida pelos agentes da estação e foi orientada, porém dispensou encaminhamento à unidade policial.

Além disso, a companhia destacou ações e campanhas de conscientização aos passageiros e treinamentos para os colaboradores. De acordo com a CPTM, as estações possuem câmeras de monitoramento que auxiliam na identificação do suspeito, para o mesmo ser abordado quando entrar no sistema novamente.

No total, 34 estações das cinco linhas administradas pela empresa possuem o "Espaço Acolher", criado em 2020 para acolher mulheres vítimas de violência ou importunação sexual nos trens e em seus terminais. O espaço oferece um atendimento humanizado e com privacidades às mulheres.

Nos quatro primeiros meses deste ano, 20 ocorrências de crimes sexuais foram registrados nas linhas da companhia. Deste número, 16 foram atendidas pelo "Espaço Acolher" e 18 infratores foram identificados e encaminhados às autoridades, conforme afirma a CPTM.

No ano passado, foram 89 ocorrências e em 2023 o total foi de 107 registros.

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