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Mulher que matou marido para se defender de agressão é liberada após delegado ver legítima defesa


Virlandi Macena de Oliveira, de 29 anos, foi morto e delegado entendeu que houve legítima defesa

Reprodução/Instagram

A mulher de 30 anos, que matou o marido com facada ao ser agredida dentro de casa na zona rural de Alto Alegre, Norte de Roraima, foi liberada na delegacia após o delegado entender que ela agiu por legítima defesa. O marido, Virlandi Macena de Oliveira, de 29 anos, morreu ao receber os primeiros socorros.

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Ela e a mãe, uma agricultora de 52 anos que estava no local na hora do ataque, foram interrogadas e em seguida liberadas. Para o delegado da Polícia Civil do Alto Alegre, Vinícius Quadros, as investigações preliminares apontam para legítima defesa.

"Vislumbro assim que não resta fartamente demonstrado, ao menos para fins de estabelecimento do estado flagrancial, materialidade e autoria delitiva, notadamente pela possível legítima defesa", disse o delegado no despacho.

Um inquérito policial foi instaurado para investigar o caso na Delegacia de Alto Alegre.

O caso foi registrado pela Polícia Militar (PM) como homicídio privilegiado -- quando o homicídio ocorre por motivo de relevante valor moral ou social -- em contexto de violência doméstica, sob a justificativa de legítima defesa.

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No depoimento, a mulher afirmou que agiu para se defender e não teve a intenção de matar Virlandi. Junto com o marido, ela tem 5 filhos -- de 10, 8, 6, 2 e 1 ano e a violência aconteceu na frente deles.

No dia da ocorrência, Virlandi apareceu no local de trabalho dela visivelmente bêbado e com comportamento hostil. Com ciúmes, ele tomou o celular da esposa. Ao final do expediente, ele não foi buscá-la como de costume, e ela precisou da ajuda da mãe para voltar para casa.

No trajeto, ao passar em frente ao bar onde o companheiro se apresentava como cantor, ela o viu embriagado e pediu seu celular de volta. Ele devolveu de forma ríspida e violenta.

Mais tarde, Virlandi foi até a casa dela levando no colo a filha do casal, de 1 ano. De acordo com o relato, ele estava agressivo, fez ameaças, tentou agredi-la fisicamente e tentou pegar uma faca na cozinha, mesmo com a criança no colo.

A mãe da mulher tentou intervir, mas não conseguiu impedir que ela fosse agredida. Durante a confusão, ele chegou a quebrar uma cadeira de plástico contra a companheira.

Ela então se apoiou numa mesa e, ao perceber que o companheiro tentava alcançá-la, pegou uma faca e desferiu um golpe. Ela disse que não percebeu de imediato que o havia ferido gravemente -- só notou após ver sangue e perceber que ele cambaleava. Ainda segundo o depoimento, ela e familiares tentaram socorrê-lo, mas ele não resistiu.

A mulher afirmou não ter tido intenção de matar e disse ter agido apenas para proteger sua vida e a dos filhos. Ela declarou estar emocionalmente abalada e com medo de represálias.

Ela afirmou já ter sido agredida antes com o uso de faca e que Virlandi costumava ameaçá-la de morte, inclusive observando-a durante a madrugada enquanto dormia. Ela disse ainda que o companheiro já havia confessado envolvimento em outros casos de violência doméstica com outras mulheres.

Já havia registros anteriores de violência doméstica envolvendo o casal, conforme a PM, com Virlandi sendo o agressor em todas as ocorrências.

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