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‘Novo Escritório do Crime’: MPRJ tenta prender PMs envolvidos em execuções a mando da contravenção

O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) saiu para cumprir 9 mandados de prisão, mas 5 dos alvos já estão encarcerados. MPRJ mira o Novo Escritório do Crime

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) iniciou nesta quinta-feira (15) uma operação contra o “Novo Escritório do Crime”, uma organização criminosa armada que atuava nos moldes do antigo grupo paramilitar liderado pelo ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega. A quadrilha alvo nesta quinta é investigada por pelo menos 2 execuções à luz do dia e sob ordens da contravenção.

O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) saiu para cumprir 9 mandados de prisão, mas 5 dos alvos já estão encarcerados. Entre os 4 procurados, há 2 PMs.

Todos os alvos foram denunciados à Justiça por organização criminosa armada, sequestro e comércio ilegal de armas de fogo e munição — materiais apreendidos em operações eram, segundo o Gaeco, vendidos clandestinamente.

O ex-PM Thiago Soares Andrade Silva, o Ganso, é apontado como chefe do novo grupo criminoso. Mesmo da cadeia, ele ditava ordens para os comparsas.

Um dos crimes é o assassinato de Fábio Romualdo Mendes, surpreendido dentro do carro e atingido por vários disparos, em setembro de 2021, em Vargem Pequena, Zona Oeste do Rio.

Outra morte foi após emboscada em uma via pública, no bairro de Realengo, que matou Neri Peres Júnior a tiros de fuzil, em 4 de outubro de 2021.

O Escritório do Crime ‘original’

O Escritório do Crime “original” era uma milícia formada por policiais militares e ex-policiais, especializada em assassinatos por encomenda, que atuou principalmente na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os matadores utilizavam técnicas avançadas de planejamento, aprendidas dentro das forças de segurança, para executar suas ações de forma precisa e dificultar investigações.

Desde 2009, há pelo menos 13 assassinatos em que os integrantes do Escritório são suspeitos de participação. A quadrilha se envolveu ainda em grilagem de terras, construções ilegais e exploração imobiliária clandestina.

O grupo foi chefiado por Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Bope, e pelo major da PM Ronald Paulo Alves Pereira. Ambos foram alvos da Operação Intocáveis, que visava a desarticular milícias no Rio de Janeiro.

Após a morte de Adriano em 2020, o comando passou para os irmãos Leonardo Gouvêa da Silva, o Mad, e Leandro Gouvêa da Silva, o Tonhão. Em 2024, ambos foram condenados a 26 anos e 8 meses de prisão pelo assassinato do contraventor Marcelo Diotti da Mata, ocorrido em 2018.

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