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O que se sabe sobre o veleiro brasileiro abatido a tiros pela Marinha Americana


Embarcação abatida perto do continente africano transportava três toneladas de cocaína. A apreensão da droga gerou uma investigação e a operação da PF que desarticulou uma organização criminosa. Veleiro brasileiro é abatido a tiros pela Marinha Americana em alto-mar

A Marinha Americana abateu um veleiro brasileiro a tiros em alto-mar, em local próximo ao continente africano. A embarcação estava a serviço do tráfico internacional de drogas, levando três toneladas de cocaína. A apreensão dos entorpecentes motivou uma investigação que desarticulou uma organização criminosa por meio da Operação Narco Vela, deflagrada pela Polícia Federal.

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De acordo com o delegado federal Osvaldo Scalezi Júnior, mais de 20 pessoas foram presas na última terça-feira (29).

Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 31 de prisão temporária e 62 de busca e apreensão em cinco estados do Brasil e em três países: Estados Unidos, Itália e Paraguai.

Apreensão de drogas em veleiro brasileiro gerou investigação e operação da Polícia Federal

Reprodução

Entenda o que se sabe sobre o caso a partir dos seguintes pontos:

Veleiro abatido

Investigação

Como funcionava o esquema

Empresário investigado

1 - Veleiro abatido

Veleiro brasileiro com três toneladas de cocaína é abatido pela Marinha Americana em alto-mar

Reprodução

A abordagem e apreensão da cocaína foi feita pela Marinha Americana, em fevereiro de 2023. No entanto, outros carregamentos investigados também foram interceptados em águas internacionais pela Guarda Civil Espanhola e a Marinha Francesa.

Nas imagens, obtidas pela TV Tribuna, emissora afiliada da Globo, é possível ver o veleiro sendo alvejado por diversos tiros em alto-mar. Em determinado momento, uma parte da embarcação explode (veja acima).

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2 - Investigação

A investigação começou a partir de uma comunicação da Agência de Repressão às Drogas dos EUA (Drug Enforcement Agency – DEA) sobre a apreensão das três toneladas de cocaína dentro do veleiro.

De acordo com o delegado Scalezi Júnior, a organização criminosa desarticulada pela operação recrutava pescadores para transportar drogas até o alto-mar, onde os entorpecentes eram transferidos para outras embarcações com destino ao exterior.

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3 - Como funcionava o esquema

O tráfico era voltado principalmente aos continentes europeu e africano, com uso de equipamentos de rastreamento por satélite e embarcações de longo curso, como barcos e veleiros. O principal núcleo da organização criminosa tem origem na Baixada Santista.

Segundo o delegado, a PF descobriu que diversos investigados já tinham expertise no tráfico internacional de drogas. Eles convidavam, inclusive, pescadores para participar do esquema de travessia. "Eram cooptados pelo tráfico com a promessa de ganho de valores altos", explicou.

Guarda Civil Espanhola realizou apreensão em 2022 que contribuiu com investigação da PF para Operação Narco Vela

Guarda Civil Espanhola

Segundo Scalezi, a organização que tinha base na Baixada Santista era responsável por armazenar a droga em região terrestre, no litoral, e acondicioná-la em pequenas lanchas. Essas lanchas, veículos rápidos, faziam o transporte da droga até o alto-mar.

Já na região de alto-mar, de acordo com a autoridade policial, os entorpecentes eram transferidos dessas lanchas pequenas para barcos maiores, como pesqueiros e veleiros que faziam as travessias transoceânicas até os países de destino da droga.

"Chegando-se próximo à costa africana ou da parte ali das Ilhas Canárias, elas se encontraram com outras embarcações menores, lanchas rápidas que realizavam o resgate dessa droga e levavam até o continente", afirmou.

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4 - Empresário investigado

Rodrigo Morgado foi preso pela PF durante uma operação contra o tráfico internacional e teve veículos apreedidos

Reprodução/Instagram e divulgação PF

O empresário Rodrigo Morgado era um dos investigados durante a Operação Narco Vela e, contra ele, havia mandados de busca e apreensão em diversos endereços, em Santos, Bertioga e São Paulo. Ele chegou a ser preso na capital paulista após os policiais federais encontrarem uma arma dentro da Lamborghini dele. O dono da Quadri Contabilidade já conseguiu um alvará de soltura.

À Polícia Federal, Morgado justificou a presença da arma no carro “por falta de atenção”, dizendo que foi para São Paulo às pressas na madrugada de segunda-feira (28) para internar o filho no Hospital Albert Einstein.

Ele teve a prisão convertida em preventiva durante audiência de custódia na quarta-feira (30), no Fórum da Barra Funda. Na decisão, o juiz Antônio Balthazar de Mato disse que o empresário está vinculado a investigações de tráfico internacional, ameaça e vias de fato, o que o torna um risco à sociedade.

"Quem, sem autorização legal, dispõe-se a andar armado, mormente (principalmente) se envolto em práticas ilícitas, salvo hipóteses excepcionalíssimas, está pronto a cometer os mais sérios crimes tipificados em lei", destacou o juiz.

Segundo apurado pelo g1, a esposa dele é advogada e conseguiu um alvará de soltura para o marido na sexta-feira (2). Em uma nova decisão, o juiz Mens de Mello afirmou que o fato de Morgado ter a documentação de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC) demonstra que a posse da arma pode não decorrer de uma conduta criminosa, o que deve ser apurado durante o processo.

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Vídeos mostram mansão e veículos luxuosos de empresário preso durante operação da PF

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