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STF começa a ouvir testemunhas de acusação contra Bolsonaro e aliados nesta segunda


Governador do DF, Ibaneis Rocha, e outros réus indicados pela acusação serão ouvidos nesta segunda-feira (19). No dia 22 de maio, começam os depoimentos das testemunhas listadas pela defesa. O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a ouvir, nesta segunda-feira (19), as testemunhas de acusação e defesa indicadas na ação penal que investiga uma trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, apesar da derrota nas urnas.

Nesta semana, serão ouvidos os depoimentos das testemunhas de acusação, listadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), e também das indicadas pelas defesas dos integrantes do chamado 'núcleo crucial' do golpe (relembre mais abaixo).

Entre maio e junho, estão previstos os depoimentos de 82 testemunhas.

Entre elas, estão os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Ibaneis Rocha (Distrito Federal), o senador Rogério Marinho (PL-RN), e o ex-ministro do Turismo Gilson Machado.

Bolsonaro é o 1º ex-presidente a se tornar réu por atentar contra a democracia

Os depoimentos começam pelas testemunhas de acusação, marcados para esta segunda-feira (19).

A PGR apostou em nomes do alto escalão das Forças Armadas, como ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Almeida Baptista Junior (Aeronáutica), que já prestaram depoimentos e confirmaram que Bolsonaro apresentou a minuta do golpe.

A lista inclui:

Éder Lindsay Magalhães Balbino, dono de uma empresa que teria auxiliado na produção de um material com suspeitas infundadas sobre as urnas eletrônicas;

Clebson Ferreira de Paula Vieira, servidor que teria elaborado planilhas que supostamente foram utilizadas por Anderson Torres para mapear a movimentação de eleitores no segundo turno das eleições de 2022;

Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de inteligência da Polícia Rodoviária Federal, que teria atuado para dificultar o deslocamento de eleitores nas eleições de 2022;

Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército;

Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica.

Na sexta-feira (16), a PGR dispensou o governador Ibaneis Rocha (Distrito Federal) de depor nesta segunda. Mas, ele continua como testemunha do ex-ministro Anderson Torres, que ocupava o cargo de secretário de Segurança Pública do DF à época dos ataques do 8 de janeiro de 2023.

Tenente-coronel Mauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Na quinta-feira (22), serão ouvidas as testemunhas listadas por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Cid, que também é réu na ação, fechou acordo de delação premiada com as autoridades.

Entre os convocados, está o ex-comandante do Exército general Júlio Cesar de Arruda, que estava à frente da instituição no dia 8 de janeiro; e o ex-assessor de Bolsonaro Luís Marcos dos Reis.

A partir de sexta-feira (23), estão marcados os depoimentos das testemunhas de Alexandre Ramagem e do general Braga Netto:

Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, delegado e investigado no caso da Abin paralela

Frank Márcio de Oliveira, ex-diretor-adjunto da Abin

Rolando Alexandre de Souza, ex-diretor-geral da Polícia Federal

Alexandre de Oliveira Pasiani, ex-diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Segurança das Comunicações (Cepesc)

Waldo Manuel de Oliveira Aires, coronel do Exército

Tarcísio de Freitas, Ricardo Nunes e Jair Bolsonaro em cerimônia de aniversário da Rota de SP

TOMZÉ FONSECA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Entre 30 de maio e 2 de junho, serão ouvidas testemunhas indicadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, entre as quais estão:

Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo;

Amauri Feres Saad, advogado;

Gilson Machado, ex-ministro do Turismo;

Ricardo Peixoto Camarinha, médico cardiologista que acompanhou Bolsonaro;

Giuseppe Dutra Janino, ex-secretário de Tecnologia do TSE;

Eduardo Pazuello (PL-RJ), deputado e ex-ministro da Saúde;

Rogério Marinho (PL-RN), senador.

Denúncia

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao STF uma denúncia, em 26 de março, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

De acordo com a PGR, a organização tinha como líderes o então presidente da República Jair Bolsonaro e seu então candidato a vice-presidente, Braga Netto.

Segundo a denúncia, aliados a outras pessoas, entre civis e militares, eles tentaram impedir de forma coordenada que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido.

Os acusados foram divididos em núcleos pela PGR. Bolsonaro e Mauro Cid integram o chamado núcleo crucial do golpe. Além deles, também integram o grupo:

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;

Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;

Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.

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