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Telescópio feito por estudantes da rede pública do Piauí é entregue a ganhador do Nobel de Física por irmãs premiadas como crianças-prodígio


Modelo do telescópio entregue ao astrofísico estadunidense foi inventado por Isaac Newton, mas a versão construída pelos estudantes piauienses é minimalista, mais simples e fácil de montar. Telescópio feito por estudantes do Piauí é entregue a ganhador do Nobel de Física

Um telescópio feito em impressora 3D por estudantes de duas escolas públicas do Piauí foi entregue ao astrofísico estadunidense e ganhador do prêmio Nobel de Física George Smoot, na quinta-feira (26), durante cerimônia do “Global Child Prodigy Awards” (Prêmio Global de Crianças-Prodígio), em Londres, na Inglaterra. O equipamento foi levado pelas irmãs Beatriz e Isabella Toassa.

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Incluídas na lista das 100 crianças mais prodigiosas do mundo, Beatriz e Isabella Toassa são embaixadoras da Tron Robótica Educativa, empresa fundada pelo cientista Gildário Lima e pelo humorista, cantor e influenciador Whindersson Nunes. Os dois também são desenvolvedores do Projeto Saturno, que prevê a difusão do uso de telescópios no contexto educacional.

"Nós chamamos oito alunos da rede pública e, em três ou quatro dias, eles construíram alguns telescópios. Um a gente levou para o Whindersson, o outro foi esse que foi entregue para o ganhador do prêmio Nobel. Por que fizemos esse gesto? Primeiro porque a história da dupla Big Bang (Beatriz e Isabella), o interesse pela ciência, passa por um telescópio. Segundo porque esse ganhador (George Smoot) é sensível à área da astronomia. A gente uniu o útil ao agradável", contou Gildário Lima.

Segundo o cientista, o modelo do telescópio entregue ao astrofísico estadunidense foi inventado por Isaac Newton, mas a versão construída pelos estudantes dos Centros de Ensino de Tempo Integral (Ceti) Cristino Castelo Branco e Professora Júlia Nunes Alves é minimalista, mais simples e fácil de montar.

"Os próprios alunos podem ter, podem fazer melhorias. O telescópio utiliza espelhos côncavos e lentes, então a luz é captada por um espelho, que converge essa luz em um ponto. Depois esse ponto é ampliado por uma lente", explicou.

Telescópio feito por estudantes da rede pública do Piauí é entregue a ganhador do Nobel de Física por irmãs premiadas como crianças-prodígio

Reprodução

Projeto prevê desenvolvimento de telescópios acessíveis

Ao g1, Gildário Lima informou que o modelo do telescópio deve ser disponibilizado gratuitamente pelo Projeto Saturno a partir de setembro deste ano, para que qualquer pessoa com uma impressora 3D possa construir e utilizar.

"Temos vários embaixadores que estão contribuindo com o projeto e vamos liberar uma versão gratuita, que inclui desde os arquivos das impressoras 3D, para que os alunos possam baixar e imprimir. Como também uma documentação, mostrando como é que monta, por meio de vídeos e desenhos, e um conteúdo pedagógico educativo. Alunos e professores vão poder se cadastrar e ter acesso a todo esse conteúdo", detalhou.

Entre os embaixadores, estão empresários e digitais influencers. A Secretaria de Estado da Educação do Piauí e a Prefeitura Municipal de Teresina também apoiam o projeto.

O material, conforme o cientista, será disponibilizado a nível mundial e poderá servir como estímulo para que jovens, especialmente em contextos de vulnerabilidade social, desenvolvam o pensamento científico.

"O nosso objetivo é fazer, até o início do ano que vem, o maior evento de astronomia popular do mundo, que é pegar todos esses telescópios feitos na região do Piauí, marcar um dia, levar para uma praça pública e chamar a população para ver a lua", disse entusiasmado.

Premiação

Desde 2022, Beatriz e Isabella Toassa são membros juniores da Academia Brasileira de Jovens Cientistas e acumulam milhares de visualizações no perfil “Dupla Big Bang”, onde divulgam experimentos e explicações científicas nas redes sociais.

"Eu acho que foi muito importante a gente ter levado a ciência piauiense para um ganhador do prêmio Nobel, que é tão importante para ciência e para o que a gente acredita. Confesso que a gente ficou um pouco nervosa, mas a gente conseguiu levar a ciência brasileira para um ganhador do prêmio Nobel", afirmaram ao g1.

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Além das irmãs, outros cinco brasileiros foram reconhecidos na premiação:

Caio Temponi

Nicole Semiā

João Pedro Araújo

Pedro Gui Fortes

Marianna Santos

Entre os requisitos para a elegibilidade do participante estão: ter menos de 15 anos no momento, possuir no mínimo três meses de experiência ou participação na área de talento escolhida e ser cidadão de um país reconhecido pelas Nações Unidas.

Agora, as histórias dos 100 escolhidos serão apresentadas no Livro Anual Global Criança-Prodígio, que circula mundialmente todos os anos.

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